São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rompimento entre grupos detonou crise

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CORONEL SAPUCAIA

A guerra pelo comando do tráfico de maconha em Capitán Bado começou com o rompimento de integrantes da família Morel -os maiores distribuidores da droga na região- com o grupo de Fernandinho Beira-Mar, um dos principais narcotraficantes do Rio, foragido desde 1997.
O estopim da crise teria sido a prisão de Jayme Amato Filho, o braço direito de Beira-Mar, no dia 30 de dezembro do ano passado.
A operação para prender Amato Filho envolveu policiais brasileiros e paraguaios, segundo o subcomandante da Polícia Nacional paraguaia em Capitán Bado, Wilfrido Meza.
Os policiais invadiram uma fazenda da região, onde acontecia uma festa. "Umas 40 pessoas estavam reunidas lá, encheria um ônibus, eram todos brasileiros. No meio deles estava Amato Filho. Foi um duro golpe no comando do tráfico da região", disse Meza.
Com a prisão de seu braço direito, Beira-Mar teria se sentido traído pela segunda vez. Em maio do ano passado, Marcelinho Niterói, outro parceiro do traficante foragido, também foi preso na mesma cidade paraguaia.
Para Beira-Mar, a polícia estaria contando com informações dos irmãos Ramão e Mauro Morel, filhos de João Morel -chefe do clã dos Morel, para prender integrantes do seu grupo. Até então, segundo a polícia paraguaia, João e Beira-Mar eram parceiros.
A família Morel foi apontada pela CPI do Narcotráfico como a maior distribuidora de maconha na fronteira com de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Beira-Mar, que controlava o crime organizado na favela Beira-Mar, em Duque de Caxias (RJ), foi preso em 1996 e fugiu no ano seguinte.
Há 15 dias teria começado a vingança de Beira-Mar. Os filhos de João, Ramão e Mauro, e um segurança da família, foram mortos com tiros de metralhadora em Capitán Bado. Uma semana depois, o próprio João foi assassinado no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande.
Na época, o acusado de assassinar João afirmou que uma divergência por causa de uma camisa teria sido o motivo do crime, versão que a polícia não aceita.
(CBJr)


Texto Anterior: Drogas: MS é maior rota de tráfico de maconha
Próximo Texto: Cidade não tem banco desde junho
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.