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Reservatórios continuam baixos
CAIO JUNQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As chuvas em São Paulo nos últimos dias não alteraram de maneira significativa a situação dos
reservatórios de água que abastecem a região metropolitana, fazendo com que a hipótese de racionamento de água em 2004 não
seja descartada.
Isso porque as águas da chuva
não têm atingido diretamente os
reservatórios ou mesmo os rios
que os formam.
A situação mais grave continua
sendo a do sistema Cantareira
-o maior sistema de captação de
água da Grande São Paulo-, responsável pelo abastecimento de
8,8 milhões de pessoas.
Ele está com 5% de sua capacidade, um índice 86,4% menor do
que em janeiro de 2003. A média
histórica de chuvas no mês de janeiro nesse sistema é de 259,6
mm. Até ontem havia chovido
141,2 mm. Um milímetro equivale
a um litro de água por metro quadrado.
Para o gerente de comunicação
da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo), Sérgio Lapastina, 38, as
chuvas dos últimos dias estão
caindo no "lugar errado".
"Para nós não interessa chuva
na avenida Paulista, na marginal
ou no bairro. O que precisamos é
de chuva no manancial, nas represas e nas regiões dos rios que
formam as represas."
No caso do sistema Cantareira,
chega a ser até mais importante
uma chuva no sul do Estado de
Minas Gerais do que na Grande
SP, pois é lá que nasce o rio Jaguari, formador da primeira das seis
represas do sistema Cantareira.
Lapastina disse que, até essa
mesma época do ano passado, o
índice pluviométrico no sistema
Cantareira também estava muito
baixo e que aumentou mais de 20
pontos percentuais entre 25/1/03
e 10/2/03.
Alternativas
Para passar o ano sem a necessidade de racionamento, o ideal é
que o reservatório alcance 40% de
sua capacidade até o final de março. Se esse índice não for atingido,
será muito difícil evitá-lo.
A Sabesp, no entanto, considera
a medida muito extrema e pretende adotá-la quando não houver
outra opção. "Fizemos um estudo
que mostra que, se tivéssemos
adotado o racionamento em outubro, como recomendavam os
especialistas, estaríamos hoje
com 7% da capacidade em vez de
5%", afirma Lapastine.
A companhia estuda a possibilidade de adoção de um método
que premie as pessoas que reduzirem o consumo de água.
No entanto, Lapastine admite
que, para resolver o problema, só
chovendo. "Isso [campanhas]
não vai ter um reflexo tão pesado
no manancial. Para melhorar o
índice, só com chuva."
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