São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Reservatórios continuam baixos

CAIO JUNQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As chuvas em São Paulo nos últimos dias não alteraram de maneira significativa a situação dos reservatórios de água que abastecem a região metropolitana, fazendo com que a hipótese de racionamento de água em 2004 não seja descartada.
Isso porque as águas da chuva não têm atingido diretamente os reservatórios ou mesmo os rios que os formam.
A situação mais grave continua sendo a do sistema Cantareira -o maior sistema de captação de água da Grande São Paulo-, responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de pessoas.
Ele está com 5% de sua capacidade, um índice 86,4% menor do que em janeiro de 2003. A média histórica de chuvas no mês de janeiro nesse sistema é de 259,6 mm. Até ontem havia chovido 141,2 mm. Um milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado.
Para o gerente de comunicação da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Sérgio Lapastina, 38, as chuvas dos últimos dias estão caindo no "lugar errado".
"Para nós não interessa chuva na avenida Paulista, na marginal ou no bairro. O que precisamos é de chuva no manancial, nas represas e nas regiões dos rios que formam as represas."
No caso do sistema Cantareira, chega a ser até mais importante uma chuva no sul do Estado de Minas Gerais do que na Grande SP, pois é lá que nasce o rio Jaguari, formador da primeira das seis represas do sistema Cantareira.
Lapastina disse que, até essa mesma época do ano passado, o índice pluviométrico no sistema Cantareira também estava muito baixo e que aumentou mais de 20 pontos percentuais entre 25/1/03 e 10/2/03.

Alternativas
Para passar o ano sem a necessidade de racionamento, o ideal é que o reservatório alcance 40% de sua capacidade até o final de março. Se esse índice não for atingido, será muito difícil evitá-lo.
A Sabesp, no entanto, considera a medida muito extrema e pretende adotá-la quando não houver outra opção. "Fizemos um estudo que mostra que, se tivéssemos adotado o racionamento em outubro, como recomendavam os especialistas, estaríamos hoje com 7% da capacidade em vez de 5%", afirma Lapastine.
A companhia estuda a possibilidade de adoção de um método que premie as pessoas que reduzirem o consumo de água.
No entanto, Lapastine admite que, para resolver o problema, só chovendo. "Isso [campanhas] não vai ter um reflexo tão pesado no manancial. Para melhorar o índice, só com chuva."


Texto Anterior: CE tem 17 vítimas e açudes cheios
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.