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Pai diz que diretor morto era ameaçado pelo PCC
Diretor do CDP de Mauá (Grande SP), foi assassinado anteontem em emboscada
Vítima registrou boletim de ocorrência e chegou a ter escolta policial; colega ferida relatou que um dos agressores não usava capuz
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
O diretor-geral do CDP (Centro de Detenção Provisória) de
Mauá, Wellington Segura, 31,
assassinado com mais de dez tiros anteontem, era constantemente ameaçado de morte, segundo a polícia e familiares. Segura soube da última ameaça
horas antes do crime.
O pai do diretor, o policial da
PM reformado Vanderlei Soalheiro Segura, afirmou que o filho havia sido ameaçado ao menos quatro vezes no ano passado. Em conversas com o pai, ele
creditava as ameaças a pessoas
ligadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
O delegado Américo dos Santos Neto, de Mauá, afirmou que
ainda é cedo para afirmar se a
ordem do crime partiu do PCC.
Santos Neto confirma, no entanto, que houve comemoração
-com gritos e algazarra- dos
presos nos CDPs de Mauá e
Santo André pelo assassinato.
A maioria dos presos do CDP de
Mauá pertence à facção.
Segundo Santos Neto, além
da tese de ação do PCC, a polícia também investiga a possibilidade de o assassinato ter sido
organizado apenas por um grupo, motivado por vingança.
"Ele [o diretor-geral] era rígido e pecava, talvez, pelo excesso", afirmou. Ele disse que Segura era visto como "enérgico
demais" e até aconselhado por
colegas a diminuir o rigor.
Famílias de presos afirmam
que agressões e humilhações de
detentos eram constantes. A
polícia acredita que essa pode
ser a motivação do crime.
O diretor foi enterrado ontem à tarde, em Presidente
Prudente (565 km de SP). As visitas foram suspensas em algumas unidades prisionais.
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