São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2007

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Pai diz que diretor morto era ameaçado pelo PCC

Diretor do CDP de Mauá (Grande SP), foi assassinado anteontem em emboscada

Vítima registrou boletim de ocorrência e chegou a ter escolta policial; colega ferida relatou que um dos agressores não usava capuz

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA

O diretor-geral do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Mauá, Wellington Segura, 31, assassinado com mais de dez tiros anteontem, era constantemente ameaçado de morte, segundo a polícia e familiares. Segura soube da última ameaça horas antes do crime.
O pai do diretor, o policial da PM reformado Vanderlei Soalheiro Segura, afirmou que o filho havia sido ameaçado ao menos quatro vezes no ano passado. Em conversas com o pai, ele creditava as ameaças a pessoas ligadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
O delegado Américo dos Santos Neto, de Mauá, afirmou que ainda é cedo para afirmar se a ordem do crime partiu do PCC.
Santos Neto confirma, no entanto, que houve comemoração -com gritos e algazarra- dos presos nos CDPs de Mauá e Santo André pelo assassinato. A maioria dos presos do CDP de Mauá pertence à facção.
Segundo Santos Neto, além da tese de ação do PCC, a polícia também investiga a possibilidade de o assassinato ter sido organizado apenas por um grupo, motivado por vingança.
"Ele [o diretor-geral] era rígido e pecava, talvez, pelo excesso", afirmou. Ele disse que Segura era visto como "enérgico demais" e até aconselhado por colegas a diminuir o rigor.
Famílias de presos afirmam que agressões e humilhações de detentos eram constantes. A polícia acredita que essa pode ser a motivação do crime.
O diretor foi enterrado ontem à tarde, em Presidente Prudente (565 km de SP). As visitas foram suspensas em algumas unidades prisionais.


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