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Mulher tenta registrar BO e é atendida por detento
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma mulher foi atendida por
um preso ao tentar registrar
um boletim de ocorrência contra o marido em uma delegacia
no interior do Espírito Santo,
anteontem pela manhã.
A servente Tânia Mara Gualberto Santos, 41, afirma que, ao
procurar atendimento na delegacia de Pedro Canário (268
km de Vitória), um preso a
atendeu na entrada da delegacia, por meio de uma pequena
janela em um portão de ferro.
Segundo ela, o detento perguntou que ocorrência ela queria registrar. De início, afirma
Tânia, ela se recusou a contar
ao preso que estava ali para denunciar agressões praticadas
pelo marido contra ela. Diante
da insistência, ela contou.
Em seguida, o preso disse, segundo a servente, que não havia
nenhum policial no momento
para registrar o caso e que ela
deveria voltar no dia seguinte.
Segundo Tânia, ele ainda disse que "um pedaço de papel não
garante que o cara não vai te
matar". "Se o cara tiver que matar, ele mata com papel e tudo."
O superintendente de Polícia
do Interior do Espírito Santo,
Lauro Coimbra, confirma que
um dos presos da delegacia
conversou com a servente, mas
nega a versão de Tânia -que só
conseguiu prestar queixa contra o marido ontem de manhã.
Segundo ele, havia policiais na
unidade na segunda de manhã.
Coimbra diz que o preso carregava o lixo das celas para a
entrada da delegacia -procedimento normal na cidade para
presos de "bom comportamento". No entanto, diz Coimbra,
ele deveria estar acompanhado
por um policial. "É uma irregularidade, porque o preso não
tem que dar informações."
O superintendente disse que
uma apuração preliminar concluiu que uma escrivã já estava
atendendo a duas pessoas
quando Tânia chegou, e o preso
recomendou que ela esperasse
o atendimento terminar.
Um procedimento administrativo foi aberto para ouvir os
envolvidos, inclusive o preso.
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