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Serra diz apoiar decisão de investigar delegados em SP
Tucano afirmou ontem que secretário da Segurança Pública "é da minha inteira confiança"
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O combate à corrupção na
Polícia Civil de São Paulo desencadeado pelo secretário da
Segurança Pública, Antonio
Ferreira Pinto, faz parte de
uma política de governo da gestão José Serra (PSDB).
Essa foi a mensagem passada
ontem pelo próprio governador
durante evento na zona leste da
capital ao ser questionado sobre a grande quantidade de delegados investigados pela Corregedoria da Polícia Civil.
Conforme a Folha revelou
no último domingo, nada menos que 800 delegados, dos
3.313 existentes, estão tendo
suas condutas investigadas pelas mais diversas suspeitas: como extorsão, enriquecimento
ilícito, violência, prevaricação e
mau uso de dinheiro público.
Em vez de responder se esse
número era preocupante, o
presidenciável tucano afirmou
que Ferreira Pinto tinha sua
"aprovação". "Ele é da minha
inteira confiança", disse.
Essa depuração na Polícia
Civil já era esperada pelos policiais desde o confronto ocorrido próximo ao Palácio dos Bandeirantes, em outubro de 2008.
Policiais civis em greve enfrentaram PMs, que impediram o
acesso dos manifestantes à rua
que passa em frente à sede do
governo estadual.
Após o incidente, que teve 25
feridos e repercussão internacional, o governo recuou, reabriu as negociações (afirmava
que não falaria enquanto houvesse greve) e atendeu parte
dos pedidos das entidades de
classe da Polícia Civil.
Em março de 2008, menos
de seis meses após o conflito,
Serra trocou o então secretário
Ronaldo Marzagão pelo ex-PM
e ex-procurador do Ministério
Público, Ferreira Pinto. Oficialmente, Marzagão pediu para sair por "motivos pessoais".
Silenciosamente, o novo secretário começou a fazer mudanças. Uma das maiores foi levar para o seu gabinete o comando da Corregedoria da Polícia Civil, para evitar ingerência de delegados no trabalho da
nova corregedora, a delegada
Maria Inês Trefiglio Valente.
Ela responde somente ao secretário da Segurança.
Além de acelerar as apurações e incentivar a abertura de
novas investigações (um total
de 8.579 casos contra policiais
de várias funções), Ferreira
Pinto removeu 418 policiais de
três dos principais órgãos da
instituição, incluindo da própria Corregedoria.
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