São Paulo, quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

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Serra diz apoiar decisão de investigar delegados em SP

Tucano afirmou ontem que secretário da Segurança Pública "é da minha inteira confiança"

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O combate à corrupção na Polícia Civil de São Paulo desencadeado pelo secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, faz parte de uma política de governo da gestão José Serra (PSDB).
Essa foi a mensagem passada ontem pelo próprio governador durante evento na zona leste da capital ao ser questionado sobre a grande quantidade de delegados investigados pela Corregedoria da Polícia Civil.
Conforme a Folha revelou no último domingo, nada menos que 800 delegados, dos 3.313 existentes, estão tendo suas condutas investigadas pelas mais diversas suspeitas: como extorsão, enriquecimento ilícito, violência, prevaricação e mau uso de dinheiro público.
Em vez de responder se esse número era preocupante, o presidenciável tucano afirmou que Ferreira Pinto tinha sua "aprovação". "Ele é da minha inteira confiança", disse.
Essa depuração na Polícia Civil já era esperada pelos policiais desde o confronto ocorrido próximo ao Palácio dos Bandeirantes, em outubro de 2008. Policiais civis em greve enfrentaram PMs, que impediram o acesso dos manifestantes à rua que passa em frente à sede do governo estadual.
Após o incidente, que teve 25 feridos e repercussão internacional, o governo recuou, reabriu as negociações (afirmava que não falaria enquanto houvesse greve) e atendeu parte dos pedidos das entidades de classe da Polícia Civil.
Em março de 2008, menos de seis meses após o conflito, Serra trocou o então secretário Ronaldo Marzagão pelo ex-PM e ex-procurador do Ministério Público, Ferreira Pinto. Oficialmente, Marzagão pediu para sair por "motivos pessoais".
Silenciosamente, o novo secretário começou a fazer mudanças. Uma das maiores foi levar para o seu gabinete o comando da Corregedoria da Polícia Civil, para evitar ingerência de delegados no trabalho da nova corregedora, a delegada Maria Inês Trefiglio Valente. Ela responde somente ao secretário da Segurança.
Além de acelerar as apurações e incentivar a abertura de novas investigações (um total de 8.579 casos contra policiais de várias funções), Ferreira Pinto removeu 418 policiais de três dos principais órgãos da instituição, incluindo da própria Corregedoria.


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