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Chuva causa dano a 382 famílias em SP
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
Pelo menos 382 famílias sofreram com danos e prejuízos causados por desabamentos e inundações provocados pela forte chuva
que atingiu São Paulo na madrugada de ontem.
A zona leste foi a que mais sofreu
com a chuva. Segundo a Administração Regional de Guaianases,
250 famílias foram atingidas. Em
Itaquera, outras 120.
A zona noroeste também foi
atingida. Doze barracos de uma favela foram inundados e dois deles
desabaram. Não há registros de feridos ou mortos, segundo o Corpo
de Bombeiros e a Defesa Civil.
Segundo moradores da região, a
chuva começou por volta das
23h40 e terminou às 2h30.
O córrego Itaquera-Mirim transbordou e várias ruas nas imediações foram atingidas.
A água do córrego escorreu pela
rua professor Cosme Deodato Tadeu, que é paralela ao Itaquera-Mirim. Na rua funciona a Administração Regional de Guaianases.
Quatro casas geminadas foram
atingidas pela força da enxurrada,
que derrubou suas paredes externas, derrubando móveis e roupas
dos moradores no córrego.
No último dia 1º, a rua já havia sido atingida por enchente, mas não
houve desabamentos. Ontem,
marcas nas paredes mostravam
que a água da enxurrada atingiu
um metro de altura.
O ajudante de marceneiro Claudio Aparecido de Souza, 30, disse
que só não houve mortes nas casas
que desabaram parcialmente porque um cômodo em reforma na casa vizinha estava vazio.
Mais da metade do cômodo, onde estava sendo construído um banheiro, desabou no córrego.
Souza, que paga R$ 200 por dois
cômodos e mora numa das casas
com a mulher e duas filhas pequenas, evitou uma tragédia.
O quarto dos fundos de sua casa
estava desocupado havia quatro
meses, desde que ele tinha visto
uma trinca se formar no teto.
Os moradores dessas e de outras
casas atingidas no bairro continuariam nos imóveis. "Por enquanto não podemos falar que temos desabrigados, porque eles
permanecerão nas partes não atingidas de suas casas. Mesmo assim,
não teríamos para onde levá-los",
disse o administrador interino de
Guaianases, Antonio Carlos Lenzi.
O comerciante Jorge Oshiro, dono de uma loja de ferragens na rua
Cosme Tadeu, que instalou uma
comporta de 1,20 m após a enchente do dia 1º, também foi atingido.
"Mesmo assim perdi alguma coisa, porque a água voltou e entrou
na loja pelo ralo", disse Oshiro.
A Secretaria da Família e Bem-Estar Social disse que colchões e
mantimentos estavam sendo distribuídos para os prejudicados pela chuva. Até as 15h, nenhuma casa
visitada pela Folha havia recebido
doações.
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