São Paulo, quinta, 28 de janeiro de 1999

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Chuva causa dano a 382 famílias em SP

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

Pelo menos 382 famílias sofreram com danos e prejuízos causados por desabamentos e inundações provocados pela forte chuva que atingiu São Paulo na madrugada de ontem.
A zona leste foi a que mais sofreu com a chuva. Segundo a Administração Regional de Guaianases, 250 famílias foram atingidas. Em Itaquera, outras 120.
A zona noroeste também foi atingida. Doze barracos de uma favela foram inundados e dois deles desabaram. Não há registros de feridos ou mortos, segundo o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil.
Segundo moradores da região, a chuva começou por volta das 23h40 e terminou às 2h30.
O córrego Itaquera-Mirim transbordou e várias ruas nas imediações foram atingidas.
A água do córrego escorreu pela rua professor Cosme Deodato Tadeu, que é paralela ao Itaquera-Mirim. Na rua funciona a Administração Regional de Guaianases.
Quatro casas geminadas foram atingidas pela força da enxurrada, que derrubou suas paredes externas, derrubando móveis e roupas dos moradores no córrego.
No último dia 1º, a rua já havia sido atingida por enchente, mas não houve desabamentos. Ontem, marcas nas paredes mostravam que a água da enxurrada atingiu um metro de altura.
O ajudante de marceneiro Claudio Aparecido de Souza, 30, disse que só não houve mortes nas casas que desabaram parcialmente porque um cômodo em reforma na casa vizinha estava vazio.
Mais da metade do cômodo, onde estava sendo construído um banheiro, desabou no córrego.
Souza, que paga R$ 200 por dois cômodos e mora numa das casas com a mulher e duas filhas pequenas, evitou uma tragédia.
O quarto dos fundos de sua casa estava desocupado havia quatro meses, desde que ele tinha visto uma trinca se formar no teto.
Os moradores dessas e de outras casas atingidas no bairro continuariam nos imóveis. "Por enquanto não podemos falar que temos desabrigados, porque eles permanecerão nas partes não atingidas de suas casas. Mesmo assim, não teríamos para onde levá-los", disse o administrador interino de Guaianases, Antonio Carlos Lenzi.
O comerciante Jorge Oshiro, dono de uma loja de ferragens na rua Cosme Tadeu, que instalou uma comporta de 1,20 m após a enchente do dia 1º, também foi atingido.
"Mesmo assim perdi alguma coisa, porque a água voltou e entrou na loja pelo ralo", disse Oshiro.
A Secretaria da Família e Bem-Estar Social disse que colchões e mantimentos estavam sendo distribuídos para os prejudicados pela chuva. Até as 15h, nenhuma casa visitada pela Folha havia recebido doações.



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