São Paulo, quinta, 28 de janeiro de 1999

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Ano letivo começa atrasado em São Paulo para 32 mil alunos

ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local

As aulas vão começar atrasadas em no mínimo um mês para 32 mil alunos do ensino fundamental (1ª a 8ª séries) em São Paulo em relação ao calendário oficial.
O ano letivo está previsto para começar daqui a 11 dias -8 de fevereiro. Este ano, cerca de 670 mil crianças e adolescentes devem estudar em escolas do município.
A prefeitura recebeu matrículas acima de sua capacidade, contando com a criação de 276 salas consideradas emergenciais.
Nenhuma delas ficou pronta ainda. Em funcionamento, cada uma receberá em média 39 alunos, em três turnos diários.
Elas serão construídas em escolas e em terrenos do município.
"Pode ser que haja atraso de uma ou duas semanas no início das aulas para esses alunos", afirma o secretário municipal da Educação, João Gualberto Meneses.
A assessoria de imprensa da secretaria informou que 128 salas emergenciais só estarão prontas no fim de fevereiro. Outras 150 só funcionarão em março.
Segundo a secretaria, os dias de aulas perdidos serão descontados do período de férias.
O número de estudantes afetados pela falta de salas pode ser maior, de acordo com o próprio secretário, porque o déficit total de vagas será fechado sexta-feira.
A criação de salas emergenciais depende do término do período de matrícula. Depois, a empreiteira leva no mínimo 30 dias para completar a obra.
A secretaria, após um estudo, destinou R$ 14 milhões para construir 480 salas emergenciais em São Paulo. Por enquanto, 300 foram definidas como necessárias.
Ontem, um grupo de 50 pais que moram em Cidade Dutra, zona sul, ocupou a recepção do prédio da secretaria, perto da avenida Paulista, durante uma hora, em protesto contra a falta de vagas.
Eles querem que a prefeitura transforme em escola um prédio abandonado no bairro, que pertence à Secretaria de Estado da Saúde. No local, deveria funcionar um posto de saúde.
"Há pelos menos 700 crianças sem vagas nessa região e que seriam beneficiadas", diz Marlene Ferreira de Souza, 38, uma das organizadoras da manifestação.
Os manifestantes saíram depois de receberem do secretário a promessa de que haverá uma decisão sobre a nova escola na segunda.



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