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CAOS NO RIO
Ação, que incluiu aparelho que detecta minas para apontar objetos enterrados, teve apoio do Exército
Blitz em Bangu encontra até computador
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
Soldados das Forças Armadas
entraram ontem pela primeira
vez no complexo penitenciário de
Bangu (zona oeste do Rio de Janeiro) para fazer uma varredura
em 2 dos seus 16 presídios. Foram
apreendidos 113 celulares, três radiotransmissores, 13 baterias e
um computador portátil.
A participação do Exército foi
solicitada pela Secretaria de Administração Penitenciária para
que aparelhos que detectam minas pudessem ser utilizados na
varredura. O equipamento, que
funciona como um sonar, aponta
objetos de metal que estejam escondidos atrás de paredes ou enterrados nas celas.
A ação, que começou às 4h, contou com 15 soldados do Exército e
mais de 400 homens, entre agentes penitenciários e do SOE (Serviço de Operações Externas),
além de policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais), que fizeram uma varredura
na área externa do complexo.
O objetivo da utilização do "caça-minas" era localizar armas,
granadas e celulares. O aparelho
consegue captar sinais emitidos
por objetos que estejam a até 50
centímetros abaixo do solo.
Agentes do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário)
utilizaram picaretas para encontrar os objetos que estavam enterrados. À tarde, britadeiras foram
levadas para dentro dos presídios
para auxiliar nas buscas.
A busca foi feita nos presídios
de Bangu 3 e 4 -vizinhos de Bangu 1, onde o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho
Beira-Mar, cumpria pena.
Bangu 3 e 4, com cerca de 1.800
detentos do Comando Vermelho,
também são considerados presídios de segurança máxima, mas
não têm celas individuais.
De balança a computador
Em Bangu 3, onde a operação se
concentrou, foram apreendidos
109 celulares, 13 baterias, três radiotransmissores, dois carregadores de pistola, 108 munições para pistolas e revólveres, duas facas, dois facões, uma balança, cocaína e maconha (cujas quantidades não foram divulgadas). Além
disso, foi encontrado um computador portátil enterrado.
Em Bangu 4 foram apreendidos
apenas quatro celulares. No último dia 14, foram encontrados 53
aparelhos e 41 recarregadores.
Os presos aguardaram nos pátios das unidades, enquanto era
feita a varredura. Não houve incidentes durante as buscas.
O secretário estadual de Administração Penitenciária, Astério
Pereira dos Santos, disse esperar
que a perícia dos telefones e do
computador portátil ajude nas investigações sobre o crime organizado no Rio. "Nosso objetivo era
fechar o cerco contra os traficantes de drogas do Rio de Janeiro.
Com essa operação, nós conseguimos restabelecer o controle do
Estado sobre o complexo de Bangu, de onde partem as ordens para muitas ações dos criminosos
soltos", afirmou Santos.
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