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São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

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CAOS NO RIO

Ação, que incluiu aparelho que detecta minas para apontar objetos enterrados, teve apoio do Exército

Blitz em Bangu encontra até computador

SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO

Soldados das Forças Armadas entraram ontem pela primeira vez no complexo penitenciário de Bangu (zona oeste do Rio de Janeiro) para fazer uma varredura em 2 dos seus 16 presídios. Foram apreendidos 113 celulares, três radiotransmissores, 13 baterias e um computador portátil.
A participação do Exército foi solicitada pela Secretaria de Administração Penitenciária para que aparelhos que detectam minas pudessem ser utilizados na varredura. O equipamento, que funciona como um sonar, aponta objetos de metal que estejam escondidos atrás de paredes ou enterrados nas celas.
A ação, que começou às 4h, contou com 15 soldados do Exército e mais de 400 homens, entre agentes penitenciários e do SOE (Serviço de Operações Externas), além de policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais), que fizeram uma varredura na área externa do complexo.
O objetivo da utilização do "caça-minas" era localizar armas, granadas e celulares. O aparelho consegue captar sinais emitidos por objetos que estejam a até 50 centímetros abaixo do solo.
Agentes do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) utilizaram picaretas para encontrar os objetos que estavam enterrados. À tarde, britadeiras foram levadas para dentro dos presídios para auxiliar nas buscas.
A busca foi feita nos presídios de Bangu 3 e 4 -vizinhos de Bangu 1, onde o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, cumpria pena.
Bangu 3 e 4, com cerca de 1.800 detentos do Comando Vermelho, também são considerados presídios de segurança máxima, mas não têm celas individuais.

De balança a computador
Em Bangu 3, onde a operação se concentrou, foram apreendidos 109 celulares, 13 baterias, três radiotransmissores, dois carregadores de pistola, 108 munições para pistolas e revólveres, duas facas, dois facões, uma balança, cocaína e maconha (cujas quantidades não foram divulgadas). Além disso, foi encontrado um computador portátil enterrado.
Em Bangu 4 foram apreendidos apenas quatro celulares. No último dia 14, foram encontrados 53 aparelhos e 41 recarregadores.
Os presos aguardaram nos pátios das unidades, enquanto era feita a varredura. Não houve incidentes durante as buscas.
O secretário estadual de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, disse esperar que a perícia dos telefones e do computador portátil ajude nas investigações sobre o crime organizado no Rio. "Nosso objetivo era fechar o cerco contra os traficantes de drogas do Rio de Janeiro. Com essa operação, nós conseguimos restabelecer o controle do Estado sobre o complexo de Bangu, de onde partem as ordens para muitas ações dos criminosos soltos", afirmou Santos.


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