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Outro lado
Empresa diz negociar com "lideranças do bairro" para normalizar os serviços
DA REPORTAGEM LOCAL
A AES Eletropaulo afirma
que está em negociação com as
"lideranças" do bairro para que
as suas equipes possam prestar
os serviços normalmente na rede elétrica da Vila Clara.
Depois do contato da Folha
na quinta-feira passada, a empresa diz que voltou a procurar
representantes da comunidade
e houve um acordo para que
funcionários fossem lá instalar
medidores de luz nesta semana
em nove casas da mesma rua,
incluindo a do morador acompanhado pela reportagem.
No dia da visita, outros vizinhos, surpresos com a presença da concessionária, aproveitaram para abordar os funcionários e cobrar atendimento.
A Eletropaulo informou, por
sua assessoria de imprensa,
não ser possível ainda estabelecer uma previsão para que as
equipes sejam novamente autorizadas a entrar na área.
Roberto Mário Di Nardo, diretor-executivo de operação da
empresa, afirma que foi feito
boletim de ocorrência na delegacia por conta dos roubos sofridos pelos funcionários, mas
que a polícia não foi chamada
para que eles pudessem dar
atendimento a moradores porque "forçar a barra não é solução" e "só cria animosidade".
E em situações com máxima
urgência? "Daí a própria população vai deixar a gente entrar.
Se cair um poste, pegar fogo
num transformador, com certeza vão permitir a nossa entrada", afirma Di Nardo.
"Já tivemos situações parecidas com essa e que foram superadas", declarou. O diretor diz
que os problemas de segurança
são freqüentes por conta do
projeto de regularização de ligações de energia -que estava
em andamento e foi suspenso
em uma favela da Vila Clara.
Segundo ele, a resistência no
bairro envolve as equipes que
trabalham na rede de energia
elétrica e que sobem em postes
-pelo fato de terem identificado um dos autores dos roubos-, mas é possível fazer a entrega das contas, por exemplo.
A concessionária também
disse que a restrição começou
na segunda semana deste ano.
A Polícia Militar informou
que não houve solicitação da
Eletropaulo para algum tipo de
intervenção na Vila Clara.
Afirma que atenderá "de
imediato" se houver um pedido
e recomenda aos prestadores
de serviços e aos moradores
que comuniquem eventuais
problemas de segurança.
A assessoria de imprensa dos
Correios informou que há entrega de cartas "em ruas legalizadas" com referências mínimas ao serviço. A Telefônica
informou que "foram registrados roubos de veículos" de sua
manutenção em bairros com
deficiência de atendimento.
(AI)
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