São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

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Outro lado

Empresa diz negociar com "lideranças do bairro" para normalizar os serviços

DA REPORTAGEM LOCAL

A AES Eletropaulo afirma que está em negociação com as "lideranças" do bairro para que as suas equipes possam prestar os serviços normalmente na rede elétrica da Vila Clara.
Depois do contato da Folha na quinta-feira passada, a empresa diz que voltou a procurar representantes da comunidade e houve um acordo para que funcionários fossem lá instalar medidores de luz nesta semana em nove casas da mesma rua, incluindo a do morador acompanhado pela reportagem.
No dia da visita, outros vizinhos, surpresos com a presença da concessionária, aproveitaram para abordar os funcionários e cobrar atendimento.
A Eletropaulo informou, por sua assessoria de imprensa, não ser possível ainda estabelecer uma previsão para que as equipes sejam novamente autorizadas a entrar na área.
Roberto Mário Di Nardo, diretor-executivo de operação da empresa, afirma que foi feito boletim de ocorrência na delegacia por conta dos roubos sofridos pelos funcionários, mas que a polícia não foi chamada para que eles pudessem dar atendimento a moradores porque "forçar a barra não é solução" e "só cria animosidade".
E em situações com máxima urgência? "Daí a própria população vai deixar a gente entrar. Se cair um poste, pegar fogo num transformador, com certeza vão permitir a nossa entrada", afirma Di Nardo.
"Já tivemos situações parecidas com essa e que foram superadas", declarou. O diretor diz que os problemas de segurança são freqüentes por conta do projeto de regularização de ligações de energia -que estava em andamento e foi suspenso em uma favela da Vila Clara.
Segundo ele, a resistência no bairro envolve as equipes que trabalham na rede de energia elétrica e que sobem em postes -pelo fato de terem identificado um dos autores dos roubos-, mas é possível fazer a entrega das contas, por exemplo.
A concessionária também disse que a restrição começou na segunda semana deste ano.
A Polícia Militar informou que não houve solicitação da Eletropaulo para algum tipo de intervenção na Vila Clara.
Afirma que atenderá "de imediato" se houver um pedido e recomenda aos prestadores de serviços e aos moradores que comuniquem eventuais problemas de segurança.
A assessoria de imprensa dos Correios informou que há entrega de cartas "em ruas legalizadas" com referências mínimas ao serviço. A Telefônica informou que "foram registrados roubos de veículos" de sua manutenção em bairros com deficiência de atendimento. (AI)


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