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Artistas veem "injustiça" na apropriação
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem não está gostando
da onda de "sequestros" de
grafites são os próprios
grafiteiros. "Não faço mais
trabalhos elaborados, só
letras, sem a minha assinatura", diz Titi Freak.
"Não é justo comigo nem
com os colecionadores
que pagam para ter um
trabalho meu", diz Onesto.
Já o empresário David
Chammas não vê nada de
errado em sua conduta.
"Assim como ele tem o direito de grafitar, eu tenho
o direito de arrancar. O
que está na rua está sujeito
a todo tipo de ação: inclusive de cidadãos como eu,
que podem pintar em cima
ou levar embora", afirma.
Para o curador e pesquisador inglês Tristan Manco, autor do livro "Graffitti
Brazil", esses trabalhos
perdem o sentido quando
removidos das ruas e instalados no conforto do lar
de colecionadores de arte.
"O valor desse tipo de produção está diretamente ligado à possibilidade de ser
compartilhada coletivamente. Dentro de casa,
deixam de ser "arte de rua",
viram apenas souvenir."
O fenômeno não é exclusivo do Brasil. O inglês
Banksy, mais famoso artista urbano da atualidade,
é o principal alvo de cobiça
na Inglaterra. Há dois
anos, um muro grafitado
por ele foi leiloado no e-bay por 208.100 libras.
Para evitar o "mercado
negro", Banksy criou a
empresa Pest Control, que
autenticar suas obras.
Nenhum material retirado das cidades britânicas ganha o selo de autenticidade.
(LC)
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