São Paulo, domingo, 28 de fevereiro de 2010

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Artistas veem "injustiça" na apropriação

DA REPORTAGEM LOCAL

Quem não está gostando da onda de "sequestros" de grafites são os próprios grafiteiros. "Não faço mais trabalhos elaborados, só letras, sem a minha assinatura", diz Titi Freak. "Não é justo comigo nem com os colecionadores que pagam para ter um trabalho meu", diz Onesto.
Já o empresário David Chammas não vê nada de errado em sua conduta. "Assim como ele tem o direito de grafitar, eu tenho o direito de arrancar. O que está na rua está sujeito a todo tipo de ação: inclusive de cidadãos como eu, que podem pintar em cima ou levar embora", afirma.
Para o curador e pesquisador inglês Tristan Manco, autor do livro "Graffitti Brazil", esses trabalhos perdem o sentido quando removidos das ruas e instalados no conforto do lar de colecionadores de arte. "O valor desse tipo de produção está diretamente ligado à possibilidade de ser compartilhada coletivamente. Dentro de casa, deixam de ser "arte de rua", viram apenas souvenir."
O fenômeno não é exclusivo do Brasil. O inglês Banksy, mais famoso artista urbano da atualidade, é o principal alvo de cobiça na Inglaterra. Há dois anos, um muro grafitado por ele foi leiloado no e-bay por 208.100 libras.
Para evitar o "mercado negro", Banksy criou a empresa Pest Control, que autenticar suas obras.
Nenhum material retirado das cidades britânicas ganha o selo de autenticidade. (LC)


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