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SISTEMA CARCERÁRIO
Alckmin anuncia desativação para daqui 1 ano; ainda faltam R$ 35 mi do governo federal para projeto
Fim da Detenção ainda depende de verbas
ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador Geraldo Alckmin
(PSDB) anunciou para daqui um
ano o fim da Casa de Detenção de
São Paulo, o maior presídio da
América Latina, sem ter verba assegurada para o projeto que vem
sendo relançado desde a metade
da década de 80. O destino do local também está indefinido. Dependerá de consulta à população.
Os 7.000 detentos da unidade
devem ser transferidos aos poucos, conforme a entrega de 11 novas prisões a serem construídas
em nove cidades do interior, a um
custo total de R$ 100 milhões.
Os governos estadual e federal
-representado ontem no lançamento pelo ministro José Gregori
(Justiça)- vão dividir os gastos.
O valor supera os R$ 41 milhões
que o Estado investiu no ano passado em novas penitenciárias.
É a segunda vez que se tenta essa
parceria. Em 96, o então governador Mário Covas anunciou a
construção de 21 novas penitenciárias com a União, o que deveria
resultar na desativação do local e
das carceragens em delegacias de
polícia. Isso não ocorreu, segundo
o governo, porque a população
carcerária explodiu -passou de
62 mil (96) para 92 mil (2000).
""O governo do Estado vai fazer
um grande esforço no sentido de
implementá-lo (projeto), raspar o
fundo do tacho. Somos de uma
escola que só começa aquilo que
pode terminar", disse Alckmin.
O ministro afirmou que o governo federal tem agora R$ 15 milhões para ceder a São Paulo. Desse valor, R$ 3 milhões estão disponíveis para liberação imediata e
R$ 12 milhões dependem apenas
de envio de projeto pelo governo
paulista. ""O restante dos R$ 50
milhões sairá de créditos suplementares que vamos pedir."
Esses R$ 35 milhões dependem
de aprovação de projeto de lei a
ser enviado ao Congresso.
Esta semana, São Paulo irá apresentar oficialmente o projeto de
desativação para formalizar o
convênio e ter direito ao repasse.
Ontem mesmo, Alckmin disse
que o Estado poderia antecipar
com seus próprios recursos o início das obras, caso o governo federal tenha ""dificuldade".
As transferências de presos devem acontecer às vésperas das
eleições presidencial e para o governo paulista, no ano que vem, e
Alckmin pode ser candidato em
uma das duas disputas.
O governador descartou a parceria que a Prefeitura de São Paulo chegou a propor e que permitiria negociar a área da Casa da Detenção com a iniciativa privada,
por achar que seria muito demorada a negociação.
O governo irá abrir em maio as
licitações para a construção das 11
prisões. As obras devem estar
prontas após seis meses.
A desativação será parcial, porque ainda continuarão funcionando a Penitenciária do Estado e
a Penitenciária Feminina.
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