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Negociação entre governo do Rio e
Comando Vermelho suspende greve
PEDRO DANTAS
DA SUCURSAL DO RIO
Após negociar com o governo
do Rio de Janeiro, o CV (Comando Vermelho), facção criminosa
mais antiga do Rio, decidiu adiar
por 20 dias a greve de fome programada para começar hoje nas
penitenciárias do Estado.
O objetivo do movimento seria
denunciar supostos maus-tratos
nos presídios e exigir a progressão
imediata ao regime semi-aberto
dos presos que já cumpriram parte da pena, mas ainda estão em regime fechado.
O estopim do movimento teria
sido a superlotação na galeria E
do presídio Vicente Piragibe, em
Bangu (zona oeste do Rio). Na galeria, há 230 detentos presos que
já teriam direito ao semi-aberto.
"Membros do governo e da Justiça do Estado pediram um prazo
para resolver o assunto. Nós concordamos", disse a mãe de um
preso do complexo penitenciário
de Bangu que participou da negociação, mas pediu o anonimato.
A mãe do detento afirmou que o
secretário estadual de Governo,
Fernando William, negociou diretamente com familiares e advogados dos presidiários.
Segundo ela, William disse que
o governo cobrará agilidade do
Judiciário e que foram solicitadas
explicações ao secretário de Justiça, João Luiz Duboc Pinaud, sobre
as denúncias de maus-tratos.
Os advogados dos presos se reunirão hoje com a juíza-titular da
VEP (Vara de Execuções Penais)
para estudar as transferências, de
acordo com a mãe do detento.
A Secretaria de Justiça confirmou que a negociação entre governo e Comando Vermelho
aconteceu na manhã de ontem e
que não existe previsão de uma
greve de fome hoje nas unidades
prisionais do Estado.
Até o fechamento desta edição,
o secretário de Governo, Fernando William, não havia sido localizado para comentar o assunto.
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