São Paulo, sábado, 28 de março de 2009

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Vim só acrescentar, tudo já está acertado, diz novo secretário

Paulo Renato, que já ocupou o posto entre 1984 e 1986, afirma que vai manter políticas de educação de sua antecessora

Foi na gestão do tucano no Ministério da Educação que as universidades particulares tiveram uma forte expansão no período


DA REPORTAGEM LOCAL

O economista Paulo Renato Souza, 63, afirmou ontem que sua missão será manter as políticas da Secretaria da Educação, posto que já exerceu entre 1984 e 1986, durante o governo Franco Montoro. Atualmente deputado federal pelo PSDB, Paulo Renato foi um dos ministros da Educação que tiveram a maior estabilidade no posto (oito anos, na gestão FHC).
No MEC, o tucano ampliou as matrículas tanto no ensino superior quanto no básico, que chegou quase à universalização (97% de atendimento a jovens entre 7 e 14 anos). No período, porém, a qualidade do ensino caiu, segundo as avaliações nacionais (as médias em português no Saeb, por exemplo, caíram cerca de 10%). O tucano atribui a queda ao aumento das matrículas.
Paulo Renato também é lembrado pela ligação com o ensino privado (as universidades particulares tiveram uma forte expansão em sua gestão). Após deixar o cargo, montou uma consultoria para instituição privadas. Em sua campanha para a Câmara dos Deputados, recebeu doações de representantes de instituições privadas, como Anhembi Morumbi, Anhanguera, Ibmec SP e colégio Bandeirantes. Para o presidente da Udemo (sindicato dos diretores de escolas estaduais de SP), Luiz Gonzaga Pinto, "ele é um bom nome, costuma ouvir a categoria antes de tomar as decisões".
Já a Apeoesp (sindicato dos professores), por meio de nota, afirmou esperar que o novo titular da pasta possa "resgatar para os professores prerrogativas fundamentais do exercício da profissão docente, rompendo com o engessamento do processo pedagógico estabelecido pela atual secretária, através das apostilas decididas e formuladas de cima para baixo".
Abaixo, a entrevista feita por telefone ontem com o novo secretário. (FÁBIO TAKAHASHI)

 

FOLHA - O que muda?
PAULO RENATO SOUZA -
A política será mantida, assim como a equipe. A Maria Helena, inclusive, segue como assessora especial. Participei da formulação das políticas, vinha sempre a reuniões na secretaria.

FOLHA - Como o sr. avalia a gestão da secretária Maria Helena?
PAULO RENATO -
Foi revolucionária, principalmente o Idesp e o pagamento do bônus por desempenho. A Maria Helena, inclusive, viaja amanhã [hoje] para os EUA, para apresentar o projeto ao Banco Mundial.

FOLHA - Não haverá nenhuma mudança nos programas?
PAULO RENATO -
Vim só acrescentar, tudo já está acertado.

FOLHA - O sr. apresentou no Congresso projeto para criar um exame para professores. Pretende fazer o mesmo em São Paulo?
PAULO RENATO -
Quero manter a prova feita neste ano, que deu todo aquele problema [exame aos docentes temporários, que foi suspenso pela Justiça e atrasou o início das aulas]. Estamos fazendo análises jurídicas, porque vamos manter a prova.

FOLHA - SP vai participar do Pisa?
PAULO RENATO -
Sim. O MEC e o pessoal do Pisa aceitaram a mudança na amostra, que estava muito desbalanceada.


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