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Vim só acrescentar, tudo já está acertado, diz novo secretário
Paulo Renato, que já ocupou o posto entre 1984 e 1986, afirma que vai manter políticas de educação de sua antecessora
Foi na gestão do tucano no Ministério da Educação
que as universidades particulares tiveram uma forte expansão no período
DA REPORTAGEM LOCAL
O economista Paulo Renato
Souza, 63, afirmou ontem que
sua missão será manter as políticas da Secretaria da Educação, posto que já exerceu entre
1984 e 1986, durante o governo
Franco Montoro.
Atualmente deputado federal pelo PSDB, Paulo Renato foi
um dos ministros da Educação
que tiveram a maior estabilidade no posto (oito anos, na gestão FHC).
No MEC, o tucano ampliou
as matrículas tanto no ensino
superior quanto no básico, que
chegou quase à universalização
(97% de atendimento a jovens
entre 7 e 14 anos).
No período, porém, a qualidade do ensino caiu, segundo as
avaliações nacionais (as médias
em português no Saeb, por
exemplo, caíram cerca de 10%).
O tucano atribui a queda ao aumento das matrículas.
Paulo Renato também é lembrado pela ligação com o ensino
privado (as universidades particulares tiveram uma forte expansão em sua gestão).
Após deixar o cargo, montou
uma consultoria para instituição privadas. Em sua campanha para a Câmara dos Deputados, recebeu doações de representantes de instituições privadas, como Anhembi Morumbi,
Anhanguera, Ibmec SP e colégio Bandeirantes.
Para o presidente da Udemo
(sindicato dos diretores de escolas estaduais de SP), Luiz
Gonzaga Pinto, "ele é um bom
nome, costuma ouvir a categoria antes de tomar as decisões".
Já a Apeoesp (sindicato dos
professores), por meio de nota,
afirmou esperar que o novo titular da pasta possa "resgatar
para os professores prerrogativas fundamentais do exercício
da profissão docente, rompendo com o engessamento do processo pedagógico estabelecido
pela atual secretária, através
das apostilas decididas e formuladas de cima para baixo".
Abaixo, a entrevista feita por
telefone ontem com o novo secretário.
(FÁBIO TAKAHASHI)
FOLHA - O que muda?
PAULO RENATO SOUZA - A política
será mantida, assim como a
equipe. A Maria Helena, inclusive, segue como assessora especial. Participei da formulação das políticas, vinha sempre
a reuniões na secretaria.
FOLHA - Como o sr. avalia a gestão
da secretária Maria Helena?
PAULO RENATO - Foi revolucionária, principalmente o Idesp e
o pagamento do bônus por desempenho. A Maria Helena, inclusive, viaja amanhã [hoje] para os EUA, para apresentar o
projeto ao Banco Mundial.
FOLHA - Não haverá nenhuma mudança nos programas?
PAULO RENATO - Vim só acrescentar, tudo já está acertado.
FOLHA - O sr. apresentou no Congresso projeto para criar um exame
para professores. Pretende fazer o
mesmo em São Paulo?
PAULO RENATO - Quero manter a
prova feita neste ano, que deu
todo aquele problema [exame
aos docentes temporários, que
foi suspenso pela Justiça e atrasou o início das aulas]. Estamos
fazendo análises jurídicas, porque vamos manter a prova.
FOLHA - SP vai participar do Pisa?
PAULO RENATO - Sim. O MEC e o
pessoal do Pisa aceitaram a
mudança na amostra, que estava muito desbalanceada.
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