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Morre menina transferida para hospital privado no MA
Garota não havida obtido
vaga na rede pública
ESTELITA HASS CARAZZAI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM IMPERATRIZ (MA)
Durou pouco a esperança da
família de Mayara Coelho
Francelino, 8. Dezoito horas
depois de ter sido transferida
para uma UTI em Imperatriz
(636 km de São Luís), a garota
morreu ontem, às 5h.
Acometida de meningite e vítima de parada cardíaca, Mayara só conseguiu uma vaga na
UTI de um hospital privado,
que adaptou um leito adulto
para recebê-la, após ordem direta do governo estadual.
A primeira liminar da Justiça
que garantia sua transferência
imediata para uma UTI não foi
cumprida devido à falta de leitos de terapia intensiva na cidade, mesmo na rede particular.
Assim como Mayara, dezenas de pessoas também conseguiram liminar da Justiça ordenando internação em UTI. Só
que a maioria não chega à terapia intensiva. Só neste ano, 16
crianças morreram à espera de
uma vaga -no ano passado, foram ao menos 43 mortes registradas nessas condições.
Mayara ficou internada 18
dias -seis dos quais em coma-
no Hospital Municipal Infantil
de Imperatriz. Teve de ficar numa sala abafada do hospital,
pois não há vagas de UTI disponíveis na cidade.
Em uma enfermaria com 30
m2, ficam pelo menos seis
crianças, as mães ao lado dos
berços enferrujados, sentadas
em grandes cadeiras de plástico. Ar-condicionado, só na administração do hospital.
É numa dessas enfermarias
que está Ana Vitória Pinheiro
Silva, de um ano e dez meses.
Ela e a mãe, Elenilde, aguardam desde segunda-feira
-com uma ordem judicial em
mãos- por uma vaga numa
UTI da cidade. Não conseguiram leito nem na rede privada.
A Prefeitura de Imperatriz
quer implantar dez leitos de
UTI infantil nos próximos meses, mas diz que o local já teve
melhoras. Para a Vigilância
Sanitária, porém, que esteve
no hospital na quinta, é preciso antes corrigir vários problemas, principalmente no setor de esterilização e na lavanderia.
Apesar de ser polo regional
para casos de média e alta complexidade, Imperatriz só tem
oito leitos de UTI infantil -três
na rede pública e cinco na particular. Somando as UTIs neonatais, são 26 leitos, mas que só
atendem bebês de até 28 dias.
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