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ACIDENTE
Aeronave atingiu teto de um prédio em São Paulo; piloto e dois funcionários da Eletropaulo morreram carbonizados
Helicóptero cai, explode e mata 3 na Lapa
AFRA BALAZINA
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um helicóptero caiu ontem à
tarde em uma rua na Lapa (zona
oeste de São Paulo). Na queda, a
aeronave atingiu o teto de um
prédio de dois andares e explodiu
ao se chocar com o chão. Os três
ocupantes, o piloto e dois funcionários da Eletropaulo, morreram
carbonizados.
A aeronave, que estava a serviço
da Eletropaulo, queimou por cerca de 15 minutos -ficando totalmente destruída, com exceção da
cauda, que acabou presa em fios e
galhos de árvores. Com o barulho
e o fogo, moradores da área e funcionários das empresas da rua do
Curtume, onde o helicóptero
caiu, entraram em pânico. Algumas mulheres chegaram a desmaiar ao ver a cena.
Nem quem passava no local
nem funcionários da empresa
atingida se feriram. O acidente
ocorreu às 14h, quando a maioria
das pessoas que trabalha na região já havia voltado do almoço.
Os três corpos ficaram irreconhecíveis. A Plana Brasil Taxi Aéreo, proprietária do helicóptero,
disse que o piloto morto no acidente se chama Átila Limp das
Costa Mafra, 29.
As outras duas vítimas são os
funcionários da Eletropaulo José
Oliveira de Souza, 35, coordenador de linha de transmissão, casado e pai de dois filhos; e Marcelo
da Silva, 30, técnico de manutenção, também casado. Os dois trabalhavam na companhia desde
janeiro de 1997.
Perto do local do acidente, em
um condomínio vizinho ao prédio atingido, há uma quadra esportiva onde crianças brincavam.
As causas da queda ainda estão
sendo apuradas. Testemunhas
afirmam que o motor da aeronave
parou de funcionar subitamente,
o que pode indicar uma pane. Elas
relatam que ocorreram de duas a
quatro explosões.
Inspeção
O helicóptero, modelo Bell 206
Jet Ranger (prefixo PTHOQ), realizava inspeção aérea das linhas
de transmissão da Eletropaulo
para verificar eventuais problemas. Os fios ficam paralelos à rua
do Curtume.
A aeronave voava a 15 m dos
fios, que ficam a 15 m do solo, para verificar se havia algum problema. Testemunhas afirmam que
na altura de uma subestação da
Eletropaulo, a cerca de 500 m do
local da queda, a aeronave começou a retornar. Logo em seguida,
o barulho das hélices cessou, e a
aeronave caiu vertiginosamente.
Na queda, o helicóptero atingiu
o teto de um prédio de uma empresa de logística, depois a fiação
elétrica da rua e, finalmente, chocou-se ao chão. Nesse momento,
segundo pessoas que viram a cena, a aeronave explodiu. O fogo
deixou um poste com cerca de 5
m, originalmente cinza claro, totalmente preto.
"Veio um clarão em nossa direção e um bafo quente", afirmou
Thiago Maiellaro, 22, que trabalha na empresa de logística, chamada DGT. A explosão ocorreu
em frente à firma -os efeitos do
choque foram sentidos por meio
de uma grande janela que fica no
segundo andar. "Todos saíram
correndo. Era tanta fumaça que
não dava para ver o outro lado da
rua", relatou.
No momento do acidente havia
cerca de 30 pessoas concentradas
no segundo andar da empresa.
"Todo mundo ficou em pânico e
correu para escapar de uma coisa
pior", disse o operador Edvaldo
da Silva Santos, 23.
A Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) já investiga o caso e
deve divulgar em até 90 dias um
laudo com as causas do acidente.
Foi o segundo acidente grave
envolvendo helicóptero na Grande São Paulo neste ano. Em março, dois irmãos morreram e o piloto ficou ferido com a queda de
uma aeronave em Alphaville,
bairro no município de Barueri.
Eles iam para Ilhabela (litoral norte de SP) em um helicóptero Robinson 44, da empresa do pai dos
irmãos.
Colaboraram LUÍSA BRITO, da Reportagem Local, e o "Agora"
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