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Ao menos 25 das 55 federais devem adotar o novo Enem
Previsão é que mudança seja implantada em outubro; universidades têm até dia 8 para aderir
MEC dá quatro opções para instituições usarem o novo Enem; a Unifesp usará o exame, mas alguns cursos poderão ter segunda fase
PABLO SOLANO
AFONSO BENITES
DA AGÊNCIA FOLHA
Ao menos 25 das 55 universidades federais deverão usar o
novo Enem (Exame Nacional
do Ensino Médio), previsto para outubro, como forma de seleção de seus alunos.
Dessas, 14 tendem a utilizar
somente o Enem para selecionar os estudantes. É o que mostra levantamento da Folha.
Essa é uma das quatro alternativas para o novo Enem estabelecidas pelo MEC. As outras
são: usar o exame como primeira fase da seleção (escolha
feita por três universidades);
usar a nota na prova para atribuir um percentual na avaliação final dos candidatos (opção
de cinco delas); e usá-lo para
preencher vagas remanescentes (escolha da UFSM, no RS).
Outras duas optaram por um
misto das alternativas. A Unifesp usará o Enem para todos
os cursos, mas alguns poderão
fazer segunda fase. E a UFBA
fará vestibular para alguns cursos e só Enem para outros (veja
a lista completa ao lado). Nas
25 universidades, serão disputadas ao menos 80 mil vagas.
O prazo final para adesão ao
novo Enem é 8 de maio. Um
encontro do MEC com reitores
das federais, em Brasília, discute o sistema unificado de seleção. O evento termina hoje.
O novo Enem terá 200 questões, sobre quatro áreas de conhecimento (linguagens e códigos, ciências humanas, ciências da natureza e matemática).
A prova será em dois dias.
As decisões de aderir ou não
ao novo Enem deverão ser tomadas pelas universidades
após o encontro. O levantamento da Folha mostra que a
proposta do MEC teve boa
aceitação, afirma Reynaldo
Fernandes, presidente do Inep
(Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Preocupações
As reitorias estão realizando
reuniões conjuntas para discutir os impactos da proposta. Em
Minas Gerais, onde há 11 federais, por exemplo, o Fórum das
Comissões de Processos Seletivos se preocupa com uma "fuga
de cérebros" para universidades com mais prestígio.
Há preocupação ainda com
um fenômeno inverso -a migração de estudantes de grande
centros para regiões mais pobres. Assim, haveria menos vagas para os alunos locais nos
cursos mais concorridos.
"Provavelmente estes jovens
retornarão, após graduarem-se, aos seus Estados de origem,
comprometendo o desenvolvimento econômico e social das
regiões mais carentes", afirma
o reitor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais),
Ronaldo Tadeu Pena.
O novo Enem permite que os
estudantes concorram em até
cinco universidades. Na inscrição, o aluno terá que ordenar
suas preferências. Quem colocar um curso como primeira
opção terá prioridade, mesmo
com nota menor, sobre outro
que escolha o mesmo curso como segunda opção e não seja
aprovado na primeira escolha.
Para o presidente do Inep, a
mobilidade é positiva.
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