São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2010

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foco

"Perdi a visão pela segunda vez", diz professora que aguarda novo cão-guia

ESTELITA HASS CARAZZAI
LUIZA BANDEIRA

DA AGÊNCIA FOLHA

JAMES CIMINO
DA REPORTAGEM LOCAL

A professora Maria Rosa Delmasso, 44, diz que perdeu a visão duas vezes. Há 18 anos, quando sofreu um descolamento de retina e em junho do ano passado, quando sua cadela-guia, Gabi, morreu.
"Como o cachorro "devolve" sua visão, é como se você a perdesse novamente. Só que, desta vez, você perde muito mais, porque tem aquele amor pelo cachorro", diz.
Hoje, no Dia Internacional do Cão-Guia, Maria está na fila para receber um substituto para Gabi. Ela espera há 11 meses, mesmo tendo prioridade por já ser acostumada a esse tipo de mobilidade.
O Brasil tem 5,4 milhões de deficientes visuais e 60 cães-guia. Atualmente, a única forma de conseguir o animal é recorrer a instituições não governamentais que treinam os cachorros ou os trazem do exterior. O usuário não tem custo.
Adylson Codogno Lima, 51, que fez curso na Inglaterra e treina cães-guia há 10 anos, relata as dificuldades da associação Cão Guia de Cego, fundada em 1981. Segundo ele, há 6.000 pessoas na fila e apenas oito cães em treinamento. No ano passado, conseguiu disponibilizar apenas três. "O número é pequeno porque dependemos de patrocínio."
O custo de cada cão, segundo Lima, fica em torno de R$ 30 mil, pois inclui o período de treinamento, que dura dois anos, ração, vacinas e exames.
Hoje, segundo a presidente do Instituto Iris, Thays Martinez, há quatro ou cinco instituições que fazem esse trabalho no Brasil. O governo de SP desenvolve projeto em parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária da USP para treinar 25 adestradores e 30 cães por ano.
Estima-se que a vida útil do animal como cão-guia seja de, no máximo, oito anos. Em idade avançada, a visão começa a falhar e ele tem de ser trocado.

FOLHA ONLINE
Vídeo mostra treinamento de cão-guia
www.folha.com.br/1011719



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