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Polícia vê ação do tráfico em mortes no litoral
Disputa entre grupos rivais de traficantes é a principal hipótese dos investigadores para explicar 17 mortes na Baixada Santista
200 homens da tropa de choque da PM reforçarão a segurança na região, apesar de a polícia dizer que a situação está sob controle
AFONSO BENITES
ENVIADO ESPECIAL À BAIXADA SANTISTA
A principal hipótese da polícia para a motivação de 17 homicídios na Baixada Santista,
na semana passada, é a disputa
entre traficantes de drogas que
atuam na região.
Em grande parte desses crimes, a forma de agir foi similar
-motoqueiros se aproximaram da vítima e dispararam vários tiros. Em outras, dizem
testemunhas, os homens estavam em carros de cor escura
-o que reforça a possibilidade
de ação de dois grupos. Por enquanto, ninguém foi preso.
No mesmo período, entre 18
e 25 de abril, a região registrou
outros seis homicídios, que, segundo a polícia, não estão relacionados a essa onda de violência -são frutos de crime passional, briga de trânsito etc..
A segurança na baixada, dizem os investigadores, já se
normalizou. Ainda assim, 200
homens da tropa de choque reforçarão o policiamento na região. Segundo a Polícia Militar,
a tropa irá atuar em pontos de
bloqueio, revista pessoal e na
saturação de policiamento.
Medo
Na terça-feira, dia 20, com
rumores de que criminosos haviam anunciado toque de recolher, comerciantes do Guarujá
fecharam as portas mais cedo.
No dia 23, um órgão do Departamento de Defesa dos EUA
que é referência para agências
de viagem anunciou em comunicado que norte-americanos
deveriam evitar viagens a Santos, Guarujá, São Vicente e
Praia Grande.
Para o delegado assistente da
Seccional de Polícia de Santos,
Antônio Sérgio Messias, o comunicado emitido pelos EUA é
fruto da atenção redobrada do
país com questões de segurança após os atentados terroristas
de 2001. "A situação não é um
caos. A polícia está agindo."
Entre moradores do Guarujá
ouvidos pela Folha -todos pediram para não ter seus nomes
publicados-, os que se dizem
mais preocupados são os do
distrito de Vicente de Carvalho, onde houve as seis mortes
na cidade. Os de outros lugares,
como a praia de Pitangueira, se
diziam tranquilos.
A série de assassinatos começou no dia 18 de abril, depois da morte de um policial
militar. Na sequência, outras
cinco pessoas morreram no
mesmo bairro.
Em princípio, na investigação, a polícia cogitava retaliação pelo homicídio do policial.
A hipótese de disputa entre
gangues ganhou força depois.
Colaborou JULIANNA GRANJEIA
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