São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2010

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JOSÉ FRANCISCO DO NASCIMENTO
(1920-2010)


O doutor da rua Afonso Brás inscrito no nº 179

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1957, quando se criou o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de SP), José Francisco do Nascimento foi se registrar, acompanhado de um amigo. José recebeu o número de inscrição 179; o amigo, 180. Depois disso, um não parou mais de chamar o outro pelo número. O órgão, atualmente, já passa das 140 mil inscrições.
Nascido na zona cacaueira da Bahia, 179 estudou num colégio interno em Salvador e, como havia sido reprovado no vestibular baiano por não saber desenhar um pentágono, decidiu cursar medicina na federal de Niterói, no Rio, tendo se formado em 1946.
Ao se transferir para José Bonifácio (SP), para trabalhar na Santa Casa, conheceu a mulher, Aracy, professora.
Aí herdou uma fazenda na Bahia e para lá se mudou. Mas a mulher não conseguiu se adaptar ao clima, e eles vieram de vez para São Paulo.
A casa onde morou o clínico geral, na rua Afonso Brás, zona sul da capital, tornou-se referência na vizinhança. Ali os moradores sabiam que podiam contar com o médico.
José tinha o costume também de fazer atendimento nas casas de seus pacientes.
Aos 70, aposentou-se do serviço público. Cinco anos depois, fechou o consultório.
Dono de um vozeirão e de uma fisionomia que nunca mudava, era reconhecido na rua pelas novas gerações das famílias que atendera.
Em 2006, perdeu um filho de câncer. Em 2007, ficou viúvo. Morreu na quarta, aos 89, de câncer de fígado. Teve cinco filhos e nove netos.

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