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3ª IDADE
Mudança afeta remédio gratuito
Governo tira benefícios do Estatuto do Idoso
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo Luiz Inácio Lula da
Silva apresentou emendas ao projeto do Estatuto do Idoso em tramitação na Câmara, retirando do
texto os principais benefícios. O
projeto tramitou por mais de cinco anos e foi aprovado no ano
passado, por unanimidade, em
comissão especial da Casa. Na semana passada, recebeu emenda
aglutinativa do governo.
O projeto prevê obrigatoriedade do fornecimento gratuito de
medicamentos para todos os idosos, desconto de 50% nos eventos
culturais, cota de 5% em concursos do governo e em empresas
privadas para trabalhadores acima de 60 anos, passe livre nos
transportes coletivos públicos e
reserva de 5% das vagas em estacionamentos públicos e privados.
A emenda do governo remete
para a legislação local as decisões
sobre descontos, passe livre e vagas. O poder público não fica
obrigado a fornecer medicamentos, mas, apenas, a desenvolver
programas visando esse objetivo.
Em vez de cota em concursos e
empresas para idosos, a emenda
do governo determina a ""adequação" de concursos e processos de
seleção para que empresas prestadoras de serviços públicos tenham em seus quadros pelo menos 20% de trabalhadores com
mais de 45 anos de idade.
Para o senador Paulo Paim (PT-RS) -autor do projeto original
do Estatuto do Idoso-, o principal retrocesso é no capítulo da
Previdência. O governo mantém
o que determina a legislação
atual, pela qual o idoso carente
tem direito a benefício no valor de
um salário mínimo, desde que a
renda per capita de sua família
não ultrapasse o teto de 1/4 do salário mínimo. O projeto aprovado
na comissão especial ampliava a
faixa de beneficiados, elevando o
limite da renda per capita familiar
para um salário mínimo.
Segundo o deputado Vicente
Cascione (PTB-SP), vice-líder do
governo designado para tratar do
assunto, a emenda coloca ""em
termos práticos" as conquistas.
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