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PÓS-ENCHENTE
Em SP, Vigilância Sanitária afirma que todas as mercadorias afetadas pelo rio Pinheiros foram jogadas fora
Ceagesp reabre com produtos mais caros
DA REPORTAGEM LOCAL
Ontem, por volta das 12h, depois de quase dois dias de trabalhos de limpeza e de retirada de
alimentos estragados pela inundação, a Ceagesp (Companhia de
Entrepostos e Armazéns Gerais
do Estado de São Paulo) voltou a
funcionar normalmente. Alguns
vendedores aumentaram os preços das mercadorias para tentar
compensar os prejuízos, estimados em mais de R$ 10 milhões.
Os comerciantes ainda lamentavam as perdas, enquanto tentavam retomar o trabalho. A maior
parte reclamava que o movimento estava abaixo do normal.
Para eles, uma das explicações
seria o receio das pessoas de comprar alimentos contaminados. A
Vigilância Sanitária, no entanto,
afirmou que todos os produtos
afetados já foram retirados e inutilizados (leia texto nesta página).
Dênis Silveira, 59, dono de uma
banca de verduras e de legumes,
confirmou que os preços dos produtos subiram. "Uma caixa de tomate pela qual eu pagava ao fornecedor R$ 22 hoje custa R$ 30.
Com isso, a caixa que eu vendia a
R$ 25 passou para R$ 33."
Sobre a queda na clientela, Silveira afirmou que "com preços
mais altos, o pessoal evita comprar. Estou vendendo bem menos. Mas a população não precisa
se preocupar com o risco de contaminação. Nós jogamos todo o
produto estragado fora. A gente
não iria arriscar".
Apesar disso, o vendedor Altamir Aristides da Silva, 39, acredita
que levará um tempo para que os
fregueses da Ceagesp voltem a
comprar normalmente. "As pessoas pensam que podem comprar
frutas que ficaram debaixo da
água." Silva disse ter perdido o
equivalente a dois caminhões
cheios de abacaxi. "Foram R$ 22
mil levados pela enchente."
Os estragos causados pela chuva
na Ceagesp acabaram refletindo
também no Mercado Municipal,
na região central. Em algumas
bancas faltaram produtos, como
peixes e frutas. Porém, como boa
parte do fornecimento do mercado é feito diretamente no local,
não houve desabastecimento generalizado e só algumas barracas
precisaram aumentar os preços.
Segundo o vendedor Camilo de
Souza, 37, "com certeza, alguns
preços subiram, porque muita
coisa estragou por lá. E parte das
nossas compras são feitas mesmo
na Ceagesp. O aumento médio ficou em torno de 10%".
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