São Paulo, sábado, 28 de maio de 2005

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PÓS-ENCHENTE

Em SP, Vigilância Sanitária afirma que todas as mercadorias afetadas pelo rio Pinheiros foram jogadas fora

Ceagesp reabre com produtos mais caros

DA REPORTAGEM LOCAL

Ontem, por volta das 12h, depois de quase dois dias de trabalhos de limpeza e de retirada de alimentos estragados pela inundação, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo) voltou a funcionar normalmente. Alguns vendedores aumentaram os preços das mercadorias para tentar compensar os prejuízos, estimados em mais de R$ 10 milhões.
Os comerciantes ainda lamentavam as perdas, enquanto tentavam retomar o trabalho. A maior parte reclamava que o movimento estava abaixo do normal.
Para eles, uma das explicações seria o receio das pessoas de comprar alimentos contaminados. A Vigilância Sanitária, no entanto, afirmou que todos os produtos afetados já foram retirados e inutilizados (leia texto nesta página).
Dênis Silveira, 59, dono de uma banca de verduras e de legumes, confirmou que os preços dos produtos subiram. "Uma caixa de tomate pela qual eu pagava ao fornecedor R$ 22 hoje custa R$ 30. Com isso, a caixa que eu vendia a R$ 25 passou para R$ 33."
Sobre a queda na clientela, Silveira afirmou que "com preços mais altos, o pessoal evita comprar. Estou vendendo bem menos. Mas a população não precisa se preocupar com o risco de contaminação. Nós jogamos todo o produto estragado fora. A gente não iria arriscar".
Apesar disso, o vendedor Altamir Aristides da Silva, 39, acredita que levará um tempo para que os fregueses da Ceagesp voltem a comprar normalmente. "As pessoas pensam que podem comprar frutas que ficaram debaixo da água." Silva disse ter perdido o equivalente a dois caminhões cheios de abacaxi. "Foram R$ 22 mil levados pela enchente."
Os estragos causados pela chuva na Ceagesp acabaram refletindo também no Mercado Municipal, na região central. Em algumas bancas faltaram produtos, como peixes e frutas. Porém, como boa parte do fornecimento do mercado é feito diretamente no local, não houve desabastecimento generalizado e só algumas barracas precisaram aumentar os preços.
Segundo o vendedor Camilo de Souza, 37, "com certeza, alguns preços subiram, porque muita coisa estragou por lá. E parte das nossas compras são feitas mesmo na Ceagesp. O aumento médio ficou em torno de 10%".

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