São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2008

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Mulher dirige na contramão na 23 de Maio

Bancária de 27 anos percorreu 5,5 km, passando pelas av. Rubem Berta e Moreira Guimarães, e chegou a atingir 100 km/h

Durante o trajeto, cinco veículos tiveram que desviar da motorista, que, segundo parentes, tem diagnóstico de transtorno bipolar

CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma bancária de 27 anos dirigiu na contramão pelas avenidas 23 de Maio, Rubem Berta e Moreira Guimarães, na zona sul da capital paulista, ontem de madrugada.
Perseguida pela polícia, Fabíola Cutolo Silveira guiou por 5,5 quilômetros, do obelisco do Ibirapuera até perto do aeroporto de Congonhas, e chegou a acelerar até atingir cerca de 100 km/h. A velocidade máxima permitida é de 80 km/h.
No caminho, ao menos quatro carros e um caminhão-tanque que trafegavam no sentido correto tiveram de desviar. Ninguém se feriu. A motorista vai responder por direção perigosa e desobediência.
Familiares disseram que ela tem diagnóstico de transtorno bipolar há mais de um ano, mas nunca havia tido alucinações. A mãe dela, que chorava muito, não quis dar entrevista.
Fabíola encontrou um carro de polícia assim que entrou na contramão na avenida Pedro Álvares Cabral, à 1h10. Segundo relataram os policiais, eles a seguiram com a sirene ligada, mas ela continuou, "colocou a mão para fora e fez sinal para que a perseguissem".
Avisados por rádio, cerca de 20 carros da polícia participaram ou da perseguição ou do bloqueio no viaduto Julião da Costa Aguiar, no final da avenida Moreira Guimarães.
O percurso todo levou pouco mais de três minutos. Ao sair do carro transtornada, ela mordeu o braço de um policial e dizia ter visto três policiais mortos. Ela foi levada ao hospital e estava internada até a conclusão desta edição com quadro de agitação psicomotora.

Outros casos
Semana passada, uma professora aposentada de 58 anos dirigiu por oito quilômetros na contramão pela Imigrantes. A aposentada, que, segundo parentes, é alcoólatra e sofre de problemas psiquiátricos, continua internada.
Em fevereiro, outro bancário de 27 anos morreu após dirigir no sentido contrário na Castelo Branco até bater em um caminhão. Só em São Paulo, foram ao menos sete casos de direção na contramão neste ano.


Colaborou RACHEL AÑÓN da Agência Folha

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