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Mulher dirige na contramão na 23 de Maio
Bancária de 27 anos percorreu 5,5 km, passando pelas av. Rubem Berta e Moreira Guimarães, e chegou a atingir 100 km/h
Durante o trajeto, cinco veículos tiveram que desviar da motorista, que, segundo parentes, tem diagnóstico de transtorno bipolar
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma bancária de 27 anos dirigiu na contramão pelas avenidas 23 de Maio, Rubem Berta e
Moreira Guimarães, na zona
sul da capital paulista, ontem
de madrugada.
Perseguida pela polícia, Fabíola Cutolo Silveira guiou por
5,5 quilômetros, do obelisco do
Ibirapuera até perto do aeroporto de Congonhas, e chegou a
acelerar até atingir cerca de 100
km/h. A velocidade máxima
permitida é de 80 km/h.
No caminho, ao menos quatro carros e um caminhão-tanque que trafegavam no sentido
correto tiveram de desviar.
Ninguém se feriu. A motorista
vai responder por direção perigosa e desobediência.
Familiares disseram que ela
tem diagnóstico de transtorno
bipolar há mais de um ano, mas
nunca havia tido alucinações. A
mãe dela, que chorava muito,
não quis dar entrevista.
Fabíola encontrou um carro
de polícia assim que entrou na
contramão na avenida Pedro
Álvares Cabral, à 1h10. Segundo
relataram os policiais, eles a seguiram com a sirene ligada,
mas ela continuou, "colocou a
mão para fora e fez sinal para
que a perseguissem".
Avisados por rádio, cerca de
20 carros da polícia participaram ou da perseguição ou do
bloqueio no viaduto Julião da
Costa Aguiar, no final da avenida Moreira Guimarães.
O percurso todo levou pouco
mais de três minutos. Ao sair do
carro transtornada, ela mordeu
o braço de um policial e dizia
ter visto três policiais mortos.
Ela foi levada ao hospital e
estava internada até a conclusão desta edição com quadro de
agitação psicomotora.
Outros casos
Semana passada, uma professora aposentada de 58 anos
dirigiu por oito quilômetros na
contramão pela Imigrantes. A
aposentada, que, segundo parentes, é alcoólatra e sofre de
problemas psiquiátricos, continua internada.
Em fevereiro, outro bancário
de 27 anos morreu após dirigir
no sentido contrário na Castelo
Branco até bater em um caminhão. Só em São Paulo, foram
ao menos sete casos de direção
na contramão neste ano.
Colaborou RACHEL AÑÓN da Agência Folha
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