São Paulo, sábado, 28 de maio de 2011

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Falha pode ter enganado pilotos de Airbus

Documento preliminar sobre o acidente diz que aeronautas podem ter sido induzidos ao erro por causa de avaria

O relatório final sobre o acidente com o avião da Air France que matou 228 pessoas será divulgado em junho


8.jun.2009/Força Aérea do Brasil/Associated Press
Integrantes da Marinha brasileira resgatam destroços do voo 447

ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

O voo 447 da Air France despencou a 200 km/h em três minutos e 30 segundos, revelou ontem relatório do BEA, órgão do governo francês que investiga o acidente de 31 de maio de 2009 -na ocasião, as 228 pessoas a bordo morreram.
Documento feito pelo BEA corrobora apuração inicial do próprio órgão, de 2009, de que falhas nas sondas pitot -que medem a velocidade do avião- foram o ponto de partida para a queda.
Por outro lado, o relatório traz dados que põem em xeque a conduta dos dois pilotos que comandavam o Airbus, que podem ter sido induzidos a erro pela falha nas sondas pitot.
O BEA divulgou o comportamento do avião minuto a minuto no voo, que fazia o trajeto entre Rio e Paris.
O documento não traz nenhuma conclusão definitiva sobre o acidente, mas reproduz a cronologia do voo.
Uma das constatações: quando os problemas começaram, o avião ficou quase sempre com o nariz empinado e nessa posição ele caiu.
Ocorre que o procedimento padrão é outro: abaixar o nariz do avião para fazê-lo alcançar a velocidade ideal e recuperar a estabilidade, diz Pierre Sparaco, da Academia Francesa do Ar e do Espaço.
Para ele, foi uma reação tão estranha que suscita dúvidas sobre o que se passava.
Empinar o nariz do avião pode ter sido uma tentativa de recuperar altitude, só que arriscada, pois se a velocidade estivesse muito baixa, o avião perderia sustentação e começaria a cair.
Só que, em razão da falha nas sondas pitot, os pilotos não sabiam a velocidade, justamente o dado essencial para, em situações assim, recuperar a estabilidade.
"Tenho o sentimento, para não dizer a convicção, de que os pilotos não entendiam o que acontecia", diz Sparaco.

ALARME
Os dados não confiáveis que o Airbus transmitia fizeram desativar o piloto automático. Aos pilotos, restou tentar controlar o avião "na mão", pelo manche.
O alarme de perda de sustentação foi ativado e a aeronave oscilou. Sem sustentação, o avião perdeu altitude.
Os problemas começaram às 23h10min05s (horário de Brasília), quando os pilotos receberam informações dos pitots -uma queda importante da velocidade. O impacto no mar ocorreu às 23h14min28s. O relatório final sobre o acidente será divulgado em junho.


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