São Paulo, sábado, 28 de maio de 2011

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BICHOS

VIVIEN LANDO - vivlando@uol.com.br

Adote! Cuide! Ame!


Hoje, dá para incorporar à família um cão ou um gato e ainda se instruir de como cuidar dele

Hoje, para quem quiser, poderá ser o sábado do bem. Na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, ocorre, durante todo o dia, o 1º Fórum de Guarda Responsável. E, no Centro de Controle de Zoonoses, a Festa de Adoção. Em suma, dá para incorporar à família um cão ou um gato, e ainda se instruir de como cuidar dele da melhor forma possível.
Pois é além das fronteiras do possível que trabalham as inúmeras ONGs e voluntários independentes autorresponsáveis pelos milhares de cães e gatos abandonados na Grande São Paulo. Não há números estatísticos. Mesmo porque, enquanto você está a ler esta coluna, centenas deles estão sendo jogados nas ruas ou nascendo nos becos e sarjetas.
Existe uma enorme desproporção entre aqueles que são rejeitados e os que são acolhidos. Entre os que vivem acuados por carros, homens e outros predadores e os que contam com teto, água, comida e afeto.
Tenho uma grande amiga que é protetora, como se denominam. Ela abriga atualmente 40 cachorros e uma gata, que hospeda entre clínicas veterinárias, petshops e hotéis caninos. Todos vacinados, castrados e vermifurgados, prontos para serem adotados. Quem se habilita?
Não são muitos os que abrem mão de ter um filhote de raça com pedigree em vez de um SRD (sem raça definida) já crescido e sofrido.
Outra protetora, que só conheço por e-mail, leva a maior parte dos enjeitados para casa mesmo -como muitos fazem- e vive a pedir donativos para comprar ração e pagar remédios e cirurgias. Uma ONG sediada em Ribeirão Pires pertence a uma ex-publicitária que trocou tudo para cuidar de bichos abandonados, os quais não param de chegar à sua porta. Atualmente está com cerca de 250.
E embora pipoquem perguntas sem respostas, como: será que o melhor para um cão é estar num pequeno canil superpopuloso do Centro de Controle de Zoonoses, por exemplo, ou ficar nas ruas mesmo?
Ou, será que temos o direito de castrar bichos saudáveis apenas para evitar que procriem? Ou ainda: como saber se estamos doando o bicho para o dono correto e não para alguém que vá maltratá-lo?
De qualquer forma, ainda é muito melhor brincar de Deus, como diz minha amiga -e ter o destino de um animalzinho em nossas mãos por um tempo-, a bancar o diabo e ignorar sua existência. Ou matá-lo, como parece ter sido a "solução" encontrada pelos autores das recentes chacinas de cães, gatos e gambás, no interior do Estado.

FEIRA DE ADOÇÃO DO CCZ
QUANDO hoje, das 10h às 16h, na rua Santa Eulália, 86, Santana


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