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RETRATOS DO BRASIL
Entre os grandes grupos religiosos, os evangélicos pentecostais são os que apresentam menor renda e menor índice de escolaridade
Espíritas têm renda e escolaridade maiores
DA SUCURSAL DO RIO
Entre os grandes grupos religiosos no Brasil, os evangélicos pentecostais são os que têm menor
renda e escolaridade, enquanto os
espíritas apresentam a maior renda e mais anos de estudo.
Em média, os 17,6 milhões de
brasileiros que se declararam
pentecostais têm 5,6 anos de estudo completos e apresentam uma
renda mediana das pessoas ocupadas de R$ 260. Entre os 2,3 milhões de espíritas, a escolaridade
média é de dez anos e a renda mediana, de R$ 700.
A renda mediana determina o
valor que divide determinado
grupo em dois, ou seja, uma renda mediana de R$ 700 significa
que metade das pessoas desse
grupo ganha abaixo desse valor,
enquanto a outra metade tem
rendimento acima dessa quantia.
Os católicos, 74% da população
brasileira (125 milhões de pessoas), têm indicadores bem próximos aos da média do total da
população: renda mediana de R$
300 e média de 6,1 anos de estudo.
A análise de renda e escolaridade mostra uma diferença entre os
evangélicos de origem mais tradicional (batistas, anglicanos, luteranos ou metodistas, entre outras) e os evangélicos pentecostais
(Assembléia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus etc).
A renda mediana das pessoas de
igrejas evangélicas históricas é de
R$ 320 e a média de anos de estudo é de 7,3. Esse grupo representa
6,9 milhões de brasileiros.
Para a antropóloga Regina Novaes, do Iser (Instituto Superior
de Estudos da Religião), os baixos
índices dos pentecostais se relacionam com a distribuição deles
nos estratos mais pobres.
"Não é que eles só existam nessas áreas, mas é lá que se encontram mais adeptos, nos lugares
onde a fragilidade social é maior."
O IBGE também analisou grupos com menos de 1 milhão de
praticantes. Entre os 525 mil brasileiros que declararam praticar a
umbanda ou o candomblé, a renda mediana, de R$ 380, e a escolaridade, de 7,4 anos de estudo, foram inferiores apenas aos valores
encontrados entre os espíritas.
Uma curiosidade no caso dessas
religiões é que, apesar de as duas
serem identificadas com a cultura
afro-brasileira, a maioria dos que
declararam professá-las é de
brancos (50,4%), como o professor de Teatro da Universidade Federal da Bahia, Carlos Petrovich,
67, que frequenta os rituais do
candomblé na Bahia há 25 anos.
Outra religião que se destaca
das demais nas análises é o judaísmo. Representando apenas 0,05%
da população, os 87 mil judeus
brasileiros apresentaram a maior
proporção de pessoas com nível
superior completo: 49,7%. Em todo o país, a mesma taxa é de 4,9%.
Os judeus têm a maior proporção de pessoas com rendimento
mensal superior a 20 salários mínimos: 35,4%. Na população brasileira, a taxa é de 2,7%. A maior
porcentagem de brancos declarados também é dos judeus: 96,4%.
Colaborou a Agência Folha
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