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SISTEMA PRISIONAL
Agentes atiraram para evitar fuga em presídio de segurança máxima de SP após presos serrarem grades
Tentativa de resgate termina com 4 feridos
ALEXANDRE NOBESCHI
DAS REGIONAIS
Uma tentativa de resgate deixou
quatro presos feridos na penitenciária Tarcizo Leonce Pinheiro
Cintra, a P1 de Tremembé (138
km de SP), de segurança máxima,
por volta das 3h de ontem.
Segundo a Polícia Civil de Tremembé, pelo menos 21 presos
tentaram escapar. Eles já haviam
serrado as grades das celas e iriam
fugir pulando a muralha do presídio. Os detentos tiveram ajuda de
uma quadrilha, que atirou nas
guaritas onde ficam os sentinelas.
O presídio abriga 1.047 detentos,
mas tem capacidade para 600.
Os presos levaram tiros nas pernas disparados pelos agentes para
impedir a fuga. Nenhum deles
conseguiu fugir.
Um grupo que estava em dois
carros, um Astra e um Vectra, parou em frente ao presídio e começou a atirar. Os agentes reagiram e
pediram reforço à Polícia Militar
de Taubaté, que chegou quando a
quadrilha já havia fugido. A polícia não soube precisar quantas
pessoas estavam nos automóveis.
Levados ao Pronto-Socorro de
Taubaté, os presos foram liberados e já retornaram ao presídio.
Os veículos utilizados pela quadrilha foram localizados, mas
ninguém foi detido.
O Vectra -roubado dia 21 em
São José dos Campos- foi encontrado em uma estrada rural
próxima ao presídio. Dentro do
carro havia uma pistola, um colete à prova de balas e munições. O
Astra -roubado dia 26, também
em São José- foi abandonado
pela quadrilha no bairro Três Marias, em Taubaté.
Segundo a PM, não está programada nenhuma ação pente-fino
nas celas. A polícia, porém, realiza
patrulhamento preventivo na regiões próximas à penitenciária.
Até ontem à tarde, a polícia ainda não sabia quem a quadrilha
pretendia resgatar. Ninguém da
direção do presídio foi localizado
para falar do caso.
Em sete meses, foi a segunda
tentativa de resgate de presos na
penitenciária de Tremembé. Em
novembro do ano passado, houve
duas mortes durante a ação.
Na ocasião, um agente e um criminoso foram mortos na troca de
tiros entre a segurança da penitenciária e a quadrilha que tentava realizar o resgate.
Rebelião
Uma rebelião que durou cerca
de quatro horas na manhã de ontem na P3 do Complexo Campinas-Hortolândia terminou com
quatro agentes feridos e dois presos transferidos.
Na troca de turno dos funcionários, às 6h30, três presos renderam 15 agentes que estavam no
pavilhão com três armas -duas
falsas e uma pistola.
O coordenador das unidades
prisionais da região central, João
Batista Paschoal, informou que
uma sindicância foi instaurada
para descobrir como os presos tiveram acesso às armas.
Dos 15 agentes reféns, quatro foram espancados em uma das celas, mas não tiveram ferimentos
graves, segundo a polícia.
Os reféns só foram liberados
após a diretoria da penitenciária
garantir que cerca de 500 visitas
seriam liberadas. Hoje, na P3, há
cerca de 1.200 detentos, quase o
dobro da capacidade.
Quinze carros da Polícia Militar
foram chamados, mas não houve
necessidade de intervenção dentro da unidade.
O coordenador regional do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São
Paulo, Edson Siqueira Pinto, disse
que o sistema de revista das pessoas que entram no complexo é
ineficiente. "Nem todas as pessoas passam pelo detector de metais, o que é obrigatório", disse.
"Pode ser que alguém não passe, mas o preso está de olho no
nosso trabalho. Ele age em cima
da nossa falha", disse Paschoal.
Após a rebelião, a mulher de um
detento foi presa na entrada da P3
com uma pequena porção de maconha, segundo a PM.
Colaborou a Folha Campinas
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