São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2004

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SISTEMA PRISIONAL

Agentes atiraram para evitar fuga em presídio de segurança máxima de SP após presos serrarem grades

Tentativa de resgate termina com 4 feridos

ALEXANDRE NOBESCHI
DAS REGIONAIS

Uma tentativa de resgate deixou quatro presos feridos na penitenciária Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé (138 km de SP), de segurança máxima, por volta das 3h de ontem.
Segundo a Polícia Civil de Tremembé, pelo menos 21 presos tentaram escapar. Eles já haviam serrado as grades das celas e iriam fugir pulando a muralha do presídio. Os detentos tiveram ajuda de uma quadrilha, que atirou nas guaritas onde ficam os sentinelas. O presídio abriga 1.047 detentos, mas tem capacidade para 600.
Os presos levaram tiros nas pernas disparados pelos agentes para impedir a fuga. Nenhum deles conseguiu fugir.
Um grupo que estava em dois carros, um Astra e um Vectra, parou em frente ao presídio e começou a atirar. Os agentes reagiram e pediram reforço à Polícia Militar de Taubaté, que chegou quando a quadrilha já havia fugido. A polícia não soube precisar quantas pessoas estavam nos automóveis.
Levados ao Pronto-Socorro de Taubaté, os presos foram liberados e já retornaram ao presídio.
Os veículos utilizados pela quadrilha foram localizados, mas ninguém foi detido.
O Vectra -roubado dia 21 em São José dos Campos- foi encontrado em uma estrada rural próxima ao presídio. Dentro do carro havia uma pistola, um colete à prova de balas e munições. O Astra -roubado dia 26, também em São José- foi abandonado pela quadrilha no bairro Três Marias, em Taubaté.
Segundo a PM, não está programada nenhuma ação pente-fino nas celas. A polícia, porém, realiza patrulhamento preventivo na regiões próximas à penitenciária.
Até ontem à tarde, a polícia ainda não sabia quem a quadrilha pretendia resgatar. Ninguém da direção do presídio foi localizado para falar do caso.
Em sete meses, foi a segunda tentativa de resgate de presos na penitenciária de Tremembé. Em novembro do ano passado, houve duas mortes durante a ação.
Na ocasião, um agente e um criminoso foram mortos na troca de tiros entre a segurança da penitenciária e a quadrilha que tentava realizar o resgate.

Rebelião
Uma rebelião que durou cerca de quatro horas na manhã de ontem na P3 do Complexo Campinas-Hortolândia terminou com quatro agentes feridos e dois presos transferidos.
Na troca de turno dos funcionários, às 6h30, três presos renderam 15 agentes que estavam no pavilhão com três armas -duas falsas e uma pistola.
O coordenador das unidades prisionais da região central, João Batista Paschoal, informou que uma sindicância foi instaurada para descobrir como os presos tiveram acesso às armas.
Dos 15 agentes reféns, quatro foram espancados em uma das celas, mas não tiveram ferimentos graves, segundo a polícia.
Os reféns só foram liberados após a diretoria da penitenciária garantir que cerca de 500 visitas seriam liberadas. Hoje, na P3, há cerca de 1.200 detentos, quase o dobro da capacidade.
Quinze carros da Polícia Militar foram chamados, mas não houve necessidade de intervenção dentro da unidade.
O coordenador regional do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo, Edson Siqueira Pinto, disse que o sistema de revista das pessoas que entram no complexo é ineficiente. "Nem todas as pessoas passam pelo detector de metais, o que é obrigatório", disse.
"Pode ser que alguém não passe, mas o preso está de olho no nosso trabalho. Ele age em cima da nossa falha", disse Paschoal.
Após a rebelião, a mulher de um detento foi presa na entrada da P3 com uma pequena porção de maconha, segundo a PM.


Colaborou a Folha Campinas


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