São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 2006

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Enterro de jovem reúne 300 pessoas

Adriano Wilson da Silva é apontado pela polícia como um dos líderes da facção no ABC; família o define como "bom menino"

Parentes que foram ontem ao IML de São Bernardo do Campo (ABC) disseram ter encontrado marcas de balas na cabeça dos mortos


DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de 300 pessoas acompanharam ontem, em São Bernardo do Campo, o enterro de Adriano Wilson da Silva, o Boy, morto anteontem numa ação policial em repressão a um suposto ataque do PCC. Silva é indicado pela polícia como um dos líderes da facção no ABC. Pela família, é definido como "bom menino".
"A vizinhança veio em peso. Ele era muito querido", disse uma prima, que se identificou só como Solange. "Treze mortos de uma vez só é muito estranho." Silva foi enterrado no cemitério Jardim da Colina. Outros cinco suspeitos foram enterrados ali. "Foi uma grande perda. Eu era muito amigo do Boquinha", disse Cláudio Souza, 23, referindo-se a Wellington de Araújo Carvalho.
Parentes que foram ontem ao IML de São Bernardo reconhecer e pedir a liberação dos dez corpos de suspeitos afirmam que foram rendidos e mortos sem chance de defesa.
"Vi meu marido. Tinha uma cicatriz enorme como uma tiara na cabeça. Com certeza levou um tiro na cabeça", afirmou uma mulher à Folha. Outras duas pessoas disseram ter achado marcas de balas na cabeça dos parentes no IML.
O médico-legista Manoel de Assunção disse que as cicatrizes nas cabeças não denotam tecnicamente que houve uma transfixação por bala na região. "É um procedimento normal. Abrimos todos os órgãos."


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