São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 2006

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Novo centro do HC amplia atendimento de casos de câncer

Apesar de elevar em 75% o número de atendidos mensalmente, serviço está muito aquém da demanda, segundo oncologista

Avaliado em R$ 7,2 milhões, prédio de três andares deve concentrar os casos que demandam tratamento com quimio e radioterapia


CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Hospital das Clínicas de São Paulo inaugura amanhã um centro de oncologia que aumentará em 75% o número de atendimentos mensais de câncer-de 2.000 para 3.500. Também haverá mais oferta de sessões de quimioterapia, de 1.700 para 3.000 por mês.
Avaliado em R$ 7,2 milhões, o novo centro deve concentrar os casos de câncer que demandam tratamento com quimio e radioterapia. Até então, o atendimento ficava espalhado pelo complexo do HC. A quimioterapia, por exemplo, ficava no sexto andar do prédio dos ambulatórios. Os leitos de internação, no Instituto Central, e a radioterapia, no terceiro andar do Instituto de Radiologia. O câncer cirúrgico continua sendo tratado nos ambulatórios das especialidades.
Segundo o médico Giovanni Guido Cerri, diretor do Hospital das Clínicas, o centro foi construído com recursos da fundação da Faculdade de Medicina, que reúne verba do SUS, de convênio e de outras parcerias do HC.
Para ele, o passo mais importante será na qualidade do serviço. O paciente poderá optar por fazer as sessões de quimioterapia, que duram de uma a seis horas, em salas individuais. As mais longas poderão ser feitas em quartos com direito a banheiro privativo.
"O paciente oncológico é muito sofrido. Merece um conforto maior", diz Cerri.
Outro setor que passará por mudanças é o de manipulação de remédios para quimioterapia. Até agora, a sala não tinha o isolamento necessário para evitar a contaminação. Agora, a sala preenche todos os requisitos de segurança.
Com três andares distribuídos por 2.500 mil metros quadrados, o novo centro foi erguido entre o institutos de radiologia e o central. A construção começou em janeiro de 2005. "Conseguimos erguer o prédio e equipar o centro em um tempo recorde", diz Cerri
Ele afirma que, além de receber pacientes encaminhados pelos ambulatórios, o centro também poderá tratar doentes vindos de outras instituições, desde que haja vaga. Cerri não soube precisar os números dessa demanda no HC.
Para a médica Nise Yamaguchi, presidente da regional paulista da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, o centro é importante, mas está muito aquém de suprir as necessidades dos pacientes oncológicos da capital.
"A grande maioria fica percorrendo, com seu tumor, os hospitais à procura de atendimento e só encontra porta fechada. Quando consegue, o câncer está avançado, com poucas chances de cura."


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