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SERGIO FLORENTINO PAES DE BARROS E MEIRA DE CASTRO (1924-2009)
O coronel que criou bibliotecas e plantou laranjas
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Por seis meses, o coronel
Sergio Florentino Paes de
Barros e Meira de Castro permaneceu internado no hospital São Luiz, em SP. Para os
enfermeiros, foi um tempo de
aprendizado -sobre ópera.
Eram eles que, diariamente, punham para tocar as músicas que encantavam o coronel. Acabaram aprendendo
um pouco sobre o assunto, como conta a filha Sonia.
Sua paixão pelo gênero era
tão grande que as recordações
dos netos sobre o avô sempre
se relacionavam à música.
A família era de SP, mas
Sergio nasceu no Rio, onde
fez a Academia Militar das
Agulhas Negras. Sua formatura, naquele agosto de 1943, foi
marcada por uma tragédia.
Para vê-lo graduado, seus
pais tomaram um voo de SP
para o Rio. Na hora do pouso,
o avião bateu no mastro de
uma bandeira e caiu no mar.
Sua mãe morreu jovem, aos
40 e poucos; seu pai foi um
dos únicos sobreviventes. No
acidente morreram o jornalista Cásper Líbero e o arcebispo de SP, dom José Gaspar.
Em SP, Sergio foi instrutor
na Escola Preparatória de Cadetes. Em Salvador, onde comandou o colégio militar, formou-se em direito. Por onde
passava, abria uma biblioteca.
Quando foi para a reserva,
dedicou-se a plantar laranjas
em Santa Cruz da Conceição
(SP), cidade onde também
criou uma biblioteca pública.
Brincalhão, ele e os irmãos
instituíram uma diretoria para organizar o Natal da família, que acabou se tornando
uma espécie de instituição.
Morreu sexta (19), aos 84,
de falência de órgãos. Teve
seis filhos, nove netos e três
bisnetos. A missa de sétimo
dia foi anteontem, em SP.
obituario@grupofolha.com.br
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