São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

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SERGIO FLORENTINO PAES DE BARROS E MEIRA DE CASTRO (1924-2009)

O coronel que criou bibliotecas e plantou laranjas

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Por seis meses, o coronel Sergio Florentino Paes de Barros e Meira de Castro permaneceu internado no hospital São Luiz, em SP. Para os enfermeiros, foi um tempo de aprendizado -sobre ópera. Eram eles que, diariamente, punham para tocar as músicas que encantavam o coronel. Acabaram aprendendo um pouco sobre o assunto, como conta a filha Sonia.
Sua paixão pelo gênero era tão grande que as recordações dos netos sobre o avô sempre se relacionavam à música.
A família era de SP, mas Sergio nasceu no Rio, onde fez a Academia Militar das Agulhas Negras. Sua formatura, naquele agosto de 1943, foi marcada por uma tragédia.
Para vê-lo graduado, seus pais tomaram um voo de SP para o Rio. Na hora do pouso, o avião bateu no mastro de uma bandeira e caiu no mar.
Sua mãe morreu jovem, aos 40 e poucos; seu pai foi um dos únicos sobreviventes. No acidente morreram o jornalista Cásper Líbero e o arcebispo de SP, dom José Gaspar. Em SP, Sergio foi instrutor na Escola Preparatória de Cadetes. Em Salvador, onde comandou o colégio militar, formou-se em direito. Por onde passava, abria uma biblioteca.
Quando foi para a reserva, dedicou-se a plantar laranjas em Santa Cruz da Conceição (SP), cidade onde também criou uma biblioteca pública.
Brincalhão, ele e os irmãos instituíram uma diretoria para organizar o Natal da família, que acabou se tornando uma espécie de instituição. Morreu sexta (19), aos 84, de falência de órgãos. Teve seis filhos, nove netos e três bisnetos. A missa de sétimo dia foi anteontem, em SP.

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