São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2011

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FÁBIO MOURA PENTEADO (1929-2011)

Um campineiro que presidiu o IAB

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Numa área de 115 mil m2, Fábio Penteado projetou um prédio para abrigar o hospital-escola da Santa Casa. Boa parte da estrutura estava em pé nos anos 70, quando a obra parou por falta de verba. Nos anos 90, virou o fórum criminal da Barra Funda.
"O senhor visitou o prédio depois de ocupado pelo fórum?", questionaram ao arquiteto certa vez numa entrevista. Sua resposta foi: "Uma vez. A sensação foi terrível".
Sentimentos melhores vieram com outros projetos. Fábio foi o responsável, entre outros, pela sede da Sociedade Harmonia de Tênis, tombada por ser uma obra representativa da Escola Paulista, e do Centro de Convivência Cultural em Campinas (SP).
Campineiro, era filho de Joá Penteado, um industrial que deu início à fábrica de fogões Dako e foi sócio numa fábrica de lápis que acabou incorporada à Faber-Castell.
Formou-se em arquitetura nos anos 50, no Mackenzie, onde seria professor -devido à posição mais próxima à esquerda, de defesa da arquitetura humanista, foi demitido da faculdade em 1964.
De 1956 a 1962, escreveu artigos para a revista "Visão". Participou também da criação da revista "Projeto".
Atuante no IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), chegou a presidir a direção nacional nos anos 60 e o departamento de SP nos anos 90. Foi ainda diretor da Fundação Bienal de Arquitetura.
Continuava com "a cabeça a mil, como sempre foi", conta o colega César Sampedro, que trabalhou com ele. Fábio é descrito como crítico e de humor irônico. Morreu anteontem, aos 82, de câncer. Teve dois filhos e cinco netos.

coluna.obituario@uol.com.br


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