São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2005

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Nove são acusados de relação com venda de diplomas de cursos em MS

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

A Justiça Federal de Mato Grosso do Sul acatou denúncia do Ministério Público Federal contra nove pessoas acusadas de envolvimento na venda de diplomas de cursos de uma faculdade no interior do Estado. Entre os apontados pela suposta fraude está a fundadora e diretora da instituição.
Conforme o Ministério Público Federal, a fundadora e diretora da Fifasul (Faculdades Integradas de Fátima do Sul), Iveli Monteiro, e outros quatro funcionários da faculdade -que tem sede na cidade de Fátima do Sul, a 240 km de Campo Grande- são acusados de intermediar a venda de diplomas de graduação e pós-graduação da instituição entre os anos de 1998 e 2003.
O ministério requisitou a abertura de inquérito pela Polícia Federal a partir de denúncias anônimas sobre a venda dos diplomas.
A investigação apurou que o custo do diploma comercializado girava em torno de R$ 5.000, parcelado em até 15 vezes.
O esquema de venda dos documentos movimentou cerca de R$ 800 mil no período, originados da venda de diplomas de cursos como letras, pedagogia e administração.
Na denúncia, os procuradores da República Pedro Paulo Gonçalves de Oliveira e Estevan Gavioli da Silva relatam à Justiça que alunos graduados que foram ouvidos pelo órgão admitiram que sabiam da falsidade dos diplomas e que nunca freqüentaram aulas na Fifasul. Outros estudantes disseram que faziam o curso a distância, embora, de acordo com o Ministério Público Federal, a faculdade não tenha autorização do Ministério da Educação para esse tipo de prática.
Operações policiais realizadas em escritórios da faculdade e na casa dos acusados encontraram documentos como cheques, guias de depósitos e notas promissórias relacionados à venda dos diplomas. Os nove acusados responderão pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e formação de quadrilha.

Outro lado
O advogado Carlos Marques, que representa a diretora da Fifasul, disse ontem à Folha que não poderia se manifestar sobre a denúncia em razão de ainda não ter sido citado pela Justiça.
"Eu tive conhecimento do caso hoje [ontem], pela imprensa. Eles [Ministério Público Federal] mandam primeiro para a imprensa [a decisão da Justiça] e depois para o interessado."
Segundo Marques, só a partir do momento que ele tiver conhecimento da denúncia poderá afirmar que tipo de estratégia usará para a defesa de sua cliente, que, de acordo com ele, não tem nenhum envolvimento no caso.
Na sede da Fifasul, uma funcionária que atendeu ao telefonema da reportagem disse que não havia nenhum representante da instituição que poderia comentar o caso, devido às férias do ano escolar, e que não teria como passar dados sobre o número de alunos e de cursos oferecidos.


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