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Nove são acusados de relação com venda de diplomas de cursos em MS
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
A Justiça Federal de Mato Grosso do Sul acatou denúncia do Ministério Público Federal contra
nove pessoas acusadas de envolvimento na venda de diplomas de
cursos de uma faculdade no interior do Estado. Entre os apontados pela suposta fraude está a fundadora e diretora da instituição.
Conforme o Ministério Público
Federal, a fundadora e diretora da
Fifasul (Faculdades Integradas de
Fátima do Sul), Iveli Monteiro, e
outros quatro funcionários da faculdade -que tem sede na cidade
de Fátima do Sul, a 240 km de
Campo Grande- são acusados
de intermediar a venda de diplomas de graduação e pós-graduação da instituição entre os anos de
1998 e 2003.
O ministério requisitou a abertura de inquérito pela Polícia Federal a partir de denúncias anônimas sobre a venda dos diplomas.
A investigação apurou que o
custo do diploma comercializado
girava em torno de R$ 5.000, parcelado em até 15 vezes.
O esquema de venda dos documentos movimentou cerca de
R$ 800 mil no período, originados
da venda de diplomas de cursos
como letras, pedagogia e administração.
Na denúncia, os procuradores
da República Pedro Paulo Gonçalves de Oliveira e Estevan Gavioli da Silva relatam à Justiça que
alunos graduados que foram ouvidos pelo órgão admitiram que
sabiam da falsidade dos diplomas
e que nunca freqüentaram aulas
na Fifasul. Outros estudantes disseram que faziam o curso a distância, embora, de acordo com o
Ministério Público Federal, a faculdade não tenha autorização do
Ministério da Educação para esse
tipo de prática.
Operações policiais realizadas
em escritórios da faculdade e na
casa dos acusados encontraram
documentos como cheques, guias
de depósitos e notas promissórias
relacionados à venda dos diplomas. Os nove acusados responderão pelos crimes de falsidade
ideológica, uso de documento falso e formação de quadrilha.
Outro lado
O advogado Carlos Marques,
que representa a diretora da Fifasul, disse ontem à Folha que não
poderia se manifestar sobre a denúncia em razão de ainda não ter
sido citado pela Justiça.
"Eu tive conhecimento do caso
hoje [ontem], pela imprensa. Eles
[Ministério Público Federal]
mandam primeiro para a imprensa [a decisão da Justiça] e depois
para o interessado."
Segundo Marques, só a partir
do momento que ele tiver conhecimento da denúncia poderá afirmar que tipo de estratégia usará
para a defesa de sua cliente, que,
de acordo com ele, não tem nenhum envolvimento no caso.
Na sede da Fifasul, uma funcionária que atendeu ao telefonema
da reportagem disse que não havia nenhum representante da instituição que poderia comentar o
caso, devido às férias do ano escolar, e que não teria como passar
dados sobre o número de alunos e
de cursos oferecidos.
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