São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2006

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SP tem julho mais quente dos últimos 19 anos


A média das temperaturas máximas nos últimos 27 dias do mês é de 24,8C

Sem chuvas, índice de umidade relativa do ar em SP é o menor desde 2000; no interior, situação forçou a suspensão de queimadas


DO "AGORA"
DA FOLHA ONLINE
DA FOLHA RIBEIRÃO

Este mês de julho é o mais quente na cidade de São Paulo nos últimos dezenove anos, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A média das temperaturas máximas nos últimos 27 dias é de 24,8C, a mais alta em julho desde 1987.
Além disso, desde o dia 1º, nenhuma das temperaturas mínimas registradas na estação do mirante de Santana (zona norte) ficou abaixo dos 10C. A última vez que isso ocorreu foi em julho de 1997, quando a mínima foi de 10,5C. Normalmente, as médias das mínimas observadas em julho ficam próximas dos 6,4C.
O calor intenso e prolongado e a ausência de chuva têm deixado o ar seco em todo o Estado, nas últimas semanas. No último dia 24, São Paulo teve o dia mais quente, no mês de julho, dos últimos 63 anos. Naquele dia, a máxima registrada foi de 30,2C.
Anteontem, o índice de umidade relativa do ar de São Paulo ficou em 25%, o menor desde 2000. Embora a estação do mirante de Santana seja parâmetro para as medições na cidade, diversos bairros registraram índices ainda menores.
No interior do Estado, a situação é ainda mais preocupante. Em diversos pontos, medições extra-oficiais apontaram umidade do ar de apenas 15%. Em Presidente Prudente (565 km da capital), o Inmet registrou umidade de 18% na terça passada e colocou a região em alerta.
Números inferiores a 20% podem trazer riscos à saúde, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).
A suspensão da queima da palha da cana determinada pelo Estado afetou ontem, quando começou a vigorar a medida inédita, cerca de 2.000 fazendas no Estado que tinham autorização para realizar queimadas. A proibição, no entanto, não foi seguida por todos: à tarde, a Folha flagrou queimada em um canavial de Pitangueiras. A reportagem não conseguiu localizar os responsáveis pela queimada. O caso deve ser investigado hoje pela Cetesb (agência ambiental paulista).
O impacto na interrupção das queimadas nas plantações, necessárias para a colheita manual da cana, afeta todas as etapas da cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro.
Na opinião do usineiro Maurílio Biaggi Filho, conselheiro da Unica (União da Agroindústria Canavieira), a decisão estadual "ficou ótima para o Estado, que aumentará a arrecadação". Ele não quis comentar o efeito da proibição.

Previsão

Depois da onda de calor que atingiu o Estado durante a semana, o Inmet prevê que as temperaturas baixem até 10C durante o fim de semana. A previsão também é de chuva.
As mudanças no tempo devem ser causadas pela chegada de uma massa de ar frio.
De acordo com médicos, a mudança brusca na temperatura pode causar problemas respiratórios, principalmente nas crianças.


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