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Durante visita a São Paulo, Jobim pede a colaboração de Serra
Ministro da Defesa pediu ajuda ao governador de SP na reestruturação do aeroporto de Jundiaí, o que contribuirá para desafogar Congonhas
Jobim também reafirmou a proposta acertada com as empresas de reduzir em 7 milhões ao ano o número de passageiros no aeroporto
Danilo Verpa/Folha Imagem
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O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, visitam o local dos destroço do prédio da TAM Express, atingido pelo avião da empresa, no dia 17 de julho
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Defesa, Nelson
Jobim, pediu ontem o auxílio
do governador José Serra
(PSDB) para reestruturar o aeroporto de Jundiaí (60 km de
SP), mais provável destino dos
táxis aéreos, dentro da proposta de desafogar Congonhas.
Na primeira visita de uma autoridade do governo federal a
São Paulo após o acidente do
Airbus que deixou 199 mortos,
Jobim vistoriou a pista de Congonhas, esteve no local do choque e no IML e depois reuniu-se com políticos e empresários
para discutir propostas para
combater a crise aérea.
Em entrevista no final da tarde, o ministro reforçou as medidas para reduzir o movimento em Congonhas que já tinham
sido adiantadas pelo ministro
Paulo Bernardo (Planejamento) na última quarta, após reunião com empresas aéreas.
O ministro da Defesa referendou a proposta acertada
com as empresas de reduzir em
7 milhões ao ano o número de
passageiros em Congonhas
-em 2006, 18,5 milhões de
pessoas passaram pelo aeroporto, que tem capacidade para
12 milhões de passageiros/ano.
A maior parte dos vôos irá
para Cumbica, em Guarulhos
(Grande SP), e Viracopos, em
Campinas (95 km de SP).
Outra medida em estudo, a
reestruturação dos horários de
vôos, para reduzir a concentração de operações no final da
tarde, será discutida na segunda-feira pelo Conac (Conselho
Nacional de Aviação Civil).
"[Quando for] Definido pelo
Conac, a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] terá que
executar", disse o ministro, em
mais um sinal do desgaste entre
as autoridades do setor.
Mudanças
Na reunião que teve com Serra e o prefeito Gilberto Kassab
(DEM), Jobim disse que seu
grande desafio é "institucional", com o restabelecimento
da linha de comando. Para isso,
disse, segundo pessoas que estavam na reunião, contar com o
aval do presidente Lula para
trocar nomes e cargos.
Questionado sobre qual seria
sua declaração sobre o abre-fecha de Congonhas ontem, disse
Jobim: "Nenhuma".
O ministro evitou comentar
o acidente, mas disse que a tragédia foi o estopim de mudanças. "Que esse fato possa ser a
linha de darmos resposta a
ações que possam tranqüilizar
a nação", afirmou Jobim.
Após a vistoria na pista de
Congonhas, a CET interditou a
avenida Washington Luís para
que a comitiva do ministro chegasse ao prédio da TAM.
Com uma escada dos bombeiros, ele subiu a uma altura
de cerca de 10 m para chegar às
ruínas. No IML, acompanhado
pelo secretário da Segurança,
Ronaldo Marzagão, observou
os restos mortais. "Absolutamente impactante, terrivelmente impactante", disse.
Serra reafirmou a Jobim sua
oposição à idéia de construção
de um terceiro aeroporto no
Estado, além de criticar a proposta de abertura do capital da
Infraero. O governador defendeu investimentos em infra-estrutura. Ele reivindicou recursos federais para a implantação
de trem até Guarulhos.
Segundo a proposta, a participação do governo federal seria de R$ 580 milhões. O governo estadual arcaria com R$ 1,5
bilhão e a iniciativa privada
destinaria R$ 1,32 bilhão, via
parceria público-privada. Com
custo total de R$ 3,4 bilhões, a
obra incluiria a renovação de
trens da linha F, saída do Brás.
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