São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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Durante visita a São Paulo, Jobim pede a colaboração de Serra

Ministro da Defesa pediu ajuda ao governador de SP na reestruturação do aeroporto de Jundiaí, o que contribuirá para desafogar Congonhas

Jobim também reafirmou a proposta acertada com as empresas de reduzir em 7 milhões ao ano o número de passageiros no aeroporto

Danilo Verpa/Folha Imagem
O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, visitam o local dos destroço do prédio da TAM Express, atingido pelo avião da empresa, no dia 17 de julho

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, pediu ontem o auxílio do governador José Serra (PSDB) para reestruturar o aeroporto de Jundiaí (60 km de SP), mais provável destino dos táxis aéreos, dentro da proposta de desafogar Congonhas.
Na primeira visita de uma autoridade do governo federal a São Paulo após o acidente do Airbus que deixou 199 mortos, Jobim vistoriou a pista de Congonhas, esteve no local do choque e no IML e depois reuniu-se com políticos e empresários para discutir propostas para combater a crise aérea.
Em entrevista no final da tarde, o ministro reforçou as medidas para reduzir o movimento em Congonhas que já tinham sido adiantadas pelo ministro Paulo Bernardo (Planejamento) na última quarta, após reunião com empresas aéreas.
O ministro da Defesa referendou a proposta acertada com as empresas de reduzir em 7 milhões ao ano o número de passageiros em Congonhas -em 2006, 18,5 milhões de pessoas passaram pelo aeroporto, que tem capacidade para 12 milhões de passageiros/ano.
A maior parte dos vôos irá para Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), e Viracopos, em Campinas (95 km de SP).
Outra medida em estudo, a reestruturação dos horários de vôos, para reduzir a concentração de operações no final da tarde, será discutida na segunda-feira pelo Conac (Conselho Nacional de Aviação Civil).
"[Quando for] Definido pelo Conac, a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] terá que executar", disse o ministro, em mais um sinal do desgaste entre as autoridades do setor.

Mudanças
Na reunião que teve com Serra e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), Jobim disse que seu grande desafio é "institucional", com o restabelecimento da linha de comando. Para isso, disse, segundo pessoas que estavam na reunião, contar com o aval do presidente Lula para trocar nomes e cargos.
Questionado sobre qual seria sua declaração sobre o abre-fecha de Congonhas ontem, disse Jobim: "Nenhuma".
O ministro evitou comentar o acidente, mas disse que a tragédia foi o estopim de mudanças. "Que esse fato possa ser a linha de darmos resposta a ações que possam tranqüilizar a nação", afirmou Jobim.
Após a vistoria na pista de Congonhas, a CET interditou a avenida Washington Luís para que a comitiva do ministro chegasse ao prédio da TAM.
Com uma escada dos bombeiros, ele subiu a uma altura de cerca de 10 m para chegar às ruínas. No IML, acompanhado pelo secretário da Segurança, Ronaldo Marzagão, observou os restos mortais. "Absolutamente impactante, terrivelmente impactante", disse.
Serra reafirmou a Jobim sua oposição à idéia de construção de um terceiro aeroporto no Estado, além de criticar a proposta de abertura do capital da Infraero. O governador defendeu investimentos em infra-estrutura. Ele reivindicou recursos federais para a implantação de trem até Guarulhos.
Segundo a proposta, a participação do governo federal seria de R$ 580 milhões. O governo estadual arcaria com R$ 1,5 bilhão e a iniciativa privada destinaria R$ 1,32 bilhão, via parceria público-privada. Com custo total de R$ 3,4 bilhões, a obra incluiria a renovação de trens da linha F, saída do Brás.


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