DO "AGORA"

Um dia após anunciar o reajuste nas tarifas dos bilhetes múltiplos de dois e de dez do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), o governo do Estado decidiu acabar com um serviço gratuito de transporte -que funciona exatamente entre estações de trem e de metrô.
Gratuitas desde a criação das linhas (há três anos), as viagens nas Orcas -vans que levam passageiros em trechos em que não há integração entre as redes- passarão a custar R$ 0,50 a partir do dia 8. A medida foi publicada ontem no "Diário Oficial" do Estado. A partir da 0h de domingo, o múltiplo de dez aumentará de R$ 15,50 para R$ 17 -o de dois subirá de R$ 3,40 para R$ 3,60.
O governo afirma que as fraudes são um dos motivos pelos quais decidiu autorizar a cobrança pelo transporte nas Orcas. Os bilhetes acabam nas mãos de pessoas que não são passageiros ou são utilizados mais de uma vez.
Ontem, a reportagem pôde constatar o problema na estação Cidade Universitária (zona oeste). O usuário que vai, por exemplo, da estação Vila Madalena do metrô até a Cidade Universitária tem uma hora de tolerância para usar, no trem, o mesmo bilhete que usou para embarcar na van. Passageiros interessados em economizar esperam a van chegar para pedir um bilhete a quem viaja nela (e que não vai usar o trem). Com a doação, podem pegam o trem sem pagar a tarifa de R$ 1,90.
Devem ocorrer mudanças nos itinerários das Orcas. A ponte que faz o trajeto Vila Madalena-Barra Funda pode ser extinta.
O presidente do metrô, Luiz Carlos Frayze David, disse que o governo ainda estudará a cobrança nas Orcas. "Surgiu uma dúvida após a assinatura do ato, sobre a legalidade da cobrança", disse. Só a análise jurídica definirá a manutenção ou o cancelamento dela.
Sobre o reajuste dos bilhetes múltiplos de metrô, David disse que "a medida foi extrema". "Não havia outra forma de cobrir o rombo no nosso orçamento."


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