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GOVERNO LULA
Em discurso dirigido a secretários petistas, Humberto Costa diz que é preciso "ter lado" para trabalhar na administração
Ministro defende nomeação política na saúde
GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de passar quase uma semana como alvo de críticas pelo
loteamento político do Inca (Instituto Nacional do Câncer), o ministro Humberto Costa (Saúde)
disse que, para trabalhar no governo do PT, "é preciso ter lado".
"Vamos governar com inimigos?", questionou, para, a seguir,
responder: "Vamos continuar a
trabalhar com gente competente,
mas que tenha lado". Esse foi um
trecho do discurso feito por Costa, ontem, em Brasília, durante
um fórum para secretários municipais da Saúde do PT. Costa reafirmou a idéia mais de uma vez.
Na sexta-feira passada, a diretoria do Inca, no Rio, pediu demissão alegando que ingerência política levou ao desabastecimento do
hospital e à redução do número
de atendimentos.
O ministério interveio e o diretor-geral do instituto, Jamil Haddad (PSB), pediu demissão. O pivô da crise, a diretora-executiva
de administração, Zélia Abdulmacih, é mulher do ex-presidente
da Câmara Municipal do Rio Sami Jorge e não tem experiência
em gestão hospitalar.
O ministro começou seu discurso falando sobre a necessidade de
fortalecer o Sistema Único de
Saúde, mas mudou de assunto.
"A temática do dia são os critérios
políticos de ação do ministério.
Vou dar minha primeira resposta:
desafio qualquer secretário de
Saúde ou governador a dizer que
tenha sido tratado de forma discriminatória pelo ministério."
Costa afirmou que governadores e prefeitos -independentemente do partido- estão tendo
um tratamento igualitário.
"Nunca, em nenhum momento,
o ministro José Dirceu (Casa Civil) ou o presidente me propuseram o nome de qualquer pessoa
[para trabalhar no ministério]
que não fosse competente, honesta e que tivesse lado".
José Genoino abriu o fórum,
reafirmando o apoio do PT a Costa: "Temos confiança absoluta no
seu trabalho". O presidente do
partido disse que assinaria uma
moção de apoio a Costa, proposta
pelos secretários, solicitando ao
Planalto sua manutenção no cargo quando houver reforma ministerial -prevista para ocorrer
até o fim do ano.
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