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São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2003

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GOVERNO LULA

Em discurso dirigido a secretários petistas, Humberto Costa diz que é preciso "ter lado" para trabalhar na administração

Ministro defende nomeação política na saúde

GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de passar quase uma semana como alvo de críticas pelo loteamento político do Inca (Instituto Nacional do Câncer), o ministro Humberto Costa (Saúde) disse que, para trabalhar no governo do PT, "é preciso ter lado".
"Vamos governar com inimigos?", questionou, para, a seguir, responder: "Vamos continuar a trabalhar com gente competente, mas que tenha lado". Esse foi um trecho do discurso feito por Costa, ontem, em Brasília, durante um fórum para secretários municipais da Saúde do PT. Costa reafirmou a idéia mais de uma vez.
Na sexta-feira passada, a diretoria do Inca, no Rio, pediu demissão alegando que ingerência política levou ao desabastecimento do hospital e à redução do número de atendimentos.
O ministério interveio e o diretor-geral do instituto, Jamil Haddad (PSB), pediu demissão. O pivô da crise, a diretora-executiva de administração, Zélia Abdulmacih, é mulher do ex-presidente da Câmara Municipal do Rio Sami Jorge e não tem experiência em gestão hospitalar.
O ministro começou seu discurso falando sobre a necessidade de fortalecer o Sistema Único de Saúde, mas mudou de assunto. "A temática do dia são os critérios políticos de ação do ministério. Vou dar minha primeira resposta: desafio qualquer secretário de Saúde ou governador a dizer que tenha sido tratado de forma discriminatória pelo ministério."
Costa afirmou que governadores e prefeitos -independentemente do partido- estão tendo um tratamento igualitário.
"Nunca, em nenhum momento, o ministro José Dirceu (Casa Civil) ou o presidente me propuseram o nome de qualquer pessoa [para trabalhar no ministério] que não fosse competente, honesta e que tivesse lado".
José Genoino abriu o fórum, reafirmando o apoio do PT a Costa: "Temos confiança absoluta no seu trabalho". O presidente do partido disse que assinaria uma moção de apoio a Costa, proposta pelos secretários, solicitando ao Planalto sua manutenção no cargo quando houver reforma ministerial -prevista para ocorrer até o fim do ano.


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