São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2004

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SEGURANÇA

Busca por orientação cresceu após casos recentes

Polícia Militar dá dicas a escolas para reduzir risco de seqüestros

DA REPORTAGEM LOCAL

Evitar colar, no carro, adesivos que contenham informações sobre escolas, clubes ou academias freqüentados ou o condomínio residencial onde a família mora; não usar roupas e acessórios que ostentem marcas famosas ou chamem muita atenção; fugir das placas de veículo personalizadas que usem, por exemplo, nome e data de nascimento de alguém da família na combinação; não esperar pelo sinal de saída dos alunos dentro do carro, ouvindo música ou lendo de forma distraída.
Dicas como essas estão sendo dadas pela Polícia Militar a escolas da zona oeste de São Paulo que têm procurado a corporação em busca de orientações anti-seqüestro que são repassadas aos pais.
Apenas neste mês, dois jovens que estudavam em instituições particulares de áreas nobres da região foram resgatados após terem sido mantidos em cativeiro.
As dicas da polícia já foram enviadas por e-mail para os pais das cerca de 1.200 crianças e jovens que freqüentam as duas sedes da Escola da Vila, no Morumbi e no Butantã. Pelo menos outros dois colégios da mesma região, que não foram identificados, também procuraram a 3ª Companhia da PM, responsável pela área.
O chefe do Comando de Policiamento Oeste, coronel Isidoro Suita Martinez, não confirma pedidos oficiais de orientação por parte das escolas, mas diz que os policiais que costumam fazer as rondas na região estão sendo constantemente procurados para dar conselhos de como dificultar a ação de seqüestradores. Isso desde que o assunto ganhou a mídia.
No caso da Escola da Vila, foi exatamente isso que ocorreu. Por causa dos casos recentes, o colégio procurou a 3ª Companhia, que fica em frente à unidade da instituição no Butantã, em busca de orientação. Além das dicas, conseguiu a promessa de uma ronda motorizada nas ruas próximas à escola em alguns horários.
"Tentamos de alguma forma nos antecipar e amenizar eventuais apreensões dos pais", diz Ana Luiza Martinez, diretora do centro de estudos da Escola da Vila. Por precaução, a escola também colocou mais um segurança na porta da unidade do Butantã -a do Morumbi já tem dois.

Rastreamento
Se apenas os seguranças particulares e as orientações anti-seqüestro da polícia não são suficientes para tranqüilizar os pais, os colégios apelam para o rastreamento das vans que fazem o transporte escolar. É o que relata o diretor-geral da Graber Rastreamento, Marcelo Necho.
A empresa, umas das líderes do setor, diz já ter recebido cerca de 200 consultas de escolas paulistanas desde o início deste ano para aderir ao pacote de rastreamento. Segundo Necho, por volta de 20 colégios já adotaram o sistema nas vans de sua própria frota.
Por ele, as equipes da Graber monitoram velocidade, trajeto e locais de parada entre outros indicadores. Os motoristas das vans recebem treinamento e têm acesso também a um dispositivo de pânico que deve ser acionado em situações consideradas suspeitas.
Os pais, por sua vez, podem, via internet, ver o caminho que a van percorre e até checar o que ocorre dentro do veículo. "Infelizmente já temos de viver no mundo do Big Brother", completa Necho.


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