São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2008

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outro lado

Existe disputa política, dizem organizações de estética

DA REPORTAGEM LOCAL

Os grupos representantes da medicina estética acreditam que é apenas uma questão de tempo para que sejam reconhecidos pelas entidades médicas oficiais do Brasil.
"Chamavam a acupuntura de picaretagem. A homeopatia era crucificada. Hoje, são plenamente aceitas", afirma o médico Aloizio Faria de Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Estética desde a fundação, no fim dos anos 80.
Souza aponta a existência de disputas políticas. Segundo ele, os dermatologistas e os cirurgiões plásticos querem ter a exclusividade sobre certos procedimentos médicos.
A Sociedade Brasileira de Medicina Estética oferece um curso de pós-graduação nessa área por meio das Faculdades Souza Marques, no Rio. As aulas são dadas em mais cinco capitais, incluindo São Paulo.
"Se alguma entidade médica falar alguma coisa do curso de pós-graduação "lato sensu" da Souza Marques, que está totalmente regular no Ministério da Educação, vai sofrer um processo", adverte Souza.
Isso, de fato, ocorreu. Dois meses atrás, a Sociedade Brasileira de Medicina Estética processou o CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná) por ter divulgado uma nota afirmando que os médicos que se intitulam "esteticistas" estão induzindo os pacientes a confundi-los com cirurgiões plásticos e dermatologistas.
A Justiça deu razão ao CRM-PR: "O fato de existir uma escola de medicina que ofereça curso de pós-graduação "lato sensu" em medicina estética não permite reconhecer a existência dessa especialidade médica nem autorizar que médicos se autodenominem esteticistas ou cosmiatras".
De acordo com a legislação educacional, as instituições de ensino superior autorizadas têm plena liberdade para criar cursos de pós-graduação.

Curso no sábado
O médico Eduardo Teixeira, um dos diretores da Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia Plástica Estética, afirma que a pós-graduação é uma alternativa para os médicos que não conseguem ser admitidos nas residências médicas.
Por ano, segundo dados oficiais, formam-se no país 10 mil médicos. No mesmo período, no entanto, são abertas apenas 5.000 vagas de residência.
"A pós-graduação é uma alternativa natural para a obtenção de conhecimentos complementares", diz Teixeira.
A Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia Plástica Estética é a responsável pela pós-graduação oferecida na Universidade Veiga de Almeida, no Rio. Pela programação, os médicos têm aulas teóricas a cada duas semanas, sempre aos sábados, e aulas práticas uma vez por semana. (RICARDO WESTIN)


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