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Entidades reagem a secretário da Segurança
Policiais civis criticam Antonio Ferreira Pinto por ter dito que corporação está em situação de "absoluta inépcia e letargia"
Para entidades da categoria, declaração feita pelo secretário é "improcedente e ofende a dignidade" de toda a Polícia Civil de SP
AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL
Representantes de dez entidades de policiais civis de São
Paulo refutaram as declarações
do secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto,
que disse que a Polícia Civil encontra-se em uma situação de
"absoluta inépcia e letargia".
A afirmação do secretário foi
feita anteontem em um debate
sobre segurança pública na Federação de Comércio, que tinha como plateia majoritária
policiais militares e cadetes.
Presidentes e secretários de
dez sindicatos e associações de
classe enviaram uma nota à Folha na qual dizem que a afirmação de Ferreira Pinto é "improcedente e ofende a dignidade de
toda a instituição policial civil".
O secretário foi procurado na
noite de ontem para falar sobre
as críticas, mas até a conclusão
desta edição ele não havia se
manifestado.
No cargo há cinco meses,
Ferreira Pinto iniciou reformulações na corporação, trocou diretorias e reduziu efetivos de alguns grupos especiais,
como o Garra e o GOE.
Para as entidades, as ações
que estão surtindo resultado
são de autoria do delegado-geral, Domingos Paulo Neto, e
não do secretário. "Ele não pode ignorar o esforço que o atual
delegado-geral vem desenvolvendo e que já demonstra visíveis resultados na apuração dos
delitos ocorridos", dizem.
"Se estamos em letargia, a
responsabilidade é toda dele,
que é o chefe das polícias", disse
o presidente do Sindicato dos
Delegados, José Martins Leal.
O presidente da Associação
dos Delegados, Sérgio Roque,
disse que se a polícia é inepta isso se deve aos seguidos secretários da Segurança Pública. "A
polícia é o espelho do governo".
As entidades criticaram também o artigo do professor da
UFMG Claudio Beato publicado ontem na Folha no qual ele
diz, entre outros argumentos,
que "o maior problema, sem
dúvida, é a duplicidade organizacional das polícias".
Para o professor Beato, "é
possível pensarmos em atividades policiais repressivas que
tenham funções preventivas,
da mesma forma como podemos conceber atividades de
prevenção calcadas em repressão qualificada".
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