São Paulo, sexta-feira, 28 de agosto de 2009

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Entidades reagem a secretário da Segurança

Policiais civis criticam Antonio Ferreira Pinto por ter dito que corporação está em situação de "absoluta inépcia e letargia"

Para entidades da categoria, declaração feita pelo secretário é "improcedente e ofende a dignidade" de toda a Polícia Civil de SP


AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes de dez entidades de policiais civis de São Paulo refutaram as declarações do secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, que disse que a Polícia Civil encontra-se em uma situação de "absoluta inépcia e letargia".
A afirmação do secretário foi feita anteontem em um debate sobre segurança pública na Federação de Comércio, que tinha como plateia majoritária policiais militares e cadetes.
Presidentes e secretários de dez sindicatos e associações de classe enviaram uma nota à Folha na qual dizem que a afirmação de Ferreira Pinto é "improcedente e ofende a dignidade de toda a instituição policial civil".
O secretário foi procurado na noite de ontem para falar sobre as críticas, mas até a conclusão desta edição ele não havia se manifestado.
No cargo há cinco meses, Ferreira Pinto iniciou reformulações na corporação, trocou diretorias e reduziu efetivos de alguns grupos especiais, como o Garra e o GOE.
Para as entidades, as ações que estão surtindo resultado são de autoria do delegado-geral, Domingos Paulo Neto, e não do secretário. "Ele não pode ignorar o esforço que o atual delegado-geral vem desenvolvendo e que já demonstra visíveis resultados na apuração dos delitos ocorridos", dizem.
"Se estamos em letargia, a responsabilidade é toda dele, que é o chefe das polícias", disse o presidente do Sindicato dos Delegados, José Martins Leal.
O presidente da Associação dos Delegados, Sérgio Roque, disse que se a polícia é inepta isso se deve aos seguidos secretários da Segurança Pública. "A polícia é o espelho do governo".
As entidades criticaram também o artigo do professor da UFMG Claudio Beato publicado ontem na Folha no qual ele diz, entre outros argumentos, que "o maior problema, sem dúvida, é a duplicidade organizacional das polícias".
Para o professor Beato, "é possível pensarmos em atividades policiais repressivas que tenham funções preventivas, da mesma forma como podemos conceber atividades de prevenção calcadas em repressão qualificada".


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