São Paulo, domingo, 28 de agosto de 2011

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Criança do bando passa o dia sozinha na rua

MOACYR LOPES JUNIOR
DE SÃO PAULO

Pequena, suja, de cabelos curtos e encaracolados, a criança, com aparência de 11 anos de idade, foi encontrada pela reportagem às 10h30 de sexta-feira na rua Domingos de Morais, repleta de policiais militares, na Vila Mariana (zona sul da cidade).
Foi lá que, há alguns meses, um grupo de meninas da mesma idade que ela começou a promover arrastões.
Esse é o assunto na boca de todos os comerciantes da região. Um deles disse à Folha que aquela menina era uma das integrantes do grupo, "a mais danada de todas".
A reportagem acompanhou a criança na maior parte do dia a última sexta-feira, até as 17h, sem deixar que ela percebesse que era observada de perto.
Pela manhã, ela conversou com um morador de rua que aparentava ter 25 anos. Na conversa, ele parecia instruir os movimentos da criança.
Na hora do almoço, depois de dar uma bronca na menina, o rapaz se afastou e a deixou novamente sozinha.
A menina se deitou no banco do largo Ana Rosa, em frente à estação de metrô, por onde circulam aproximadamente 40 mil pessoas por dia -nenhuma se preocupou com a garota, que dormia profundamente.
À tarde, ela estava frenética: passeava no meio dos carros, atravessava a rua, mudava de ideia, sentava na sarjeta, logo se levantava de novo, depois assustava os pedestres -sempre sozinha.
Ela não cometeu nenhum delito em todo o tempo que a reportagem a seguiu.
Já no final da tarde, a Folha perdeu a menina de vista quando ela se misturou a pessoas num ponto de ônibus e ficou invisível de vez.


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