São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008

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Sem tempo, pais recorrem à ajuda de consultores, que avaliam até cardápio

Psicólogos e pedagogos traçam perfil da criança para listar opções de colégios

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Falta de tempo e de segurança para tomarem sozinhos uma decisão que consideram determinante na formação dos filhos estão fazendo com que pais procurem ajuda profissional para escolher a escola. Psicólogos e pedagogos têm se especializado em dar consultoria nessas situações.
"A procura por esse serviço aumentou com a quantidade e a diversidade de escolas e também com a insegurança dos pais sobre como educar. Muitos chegam aqui sem saber como orientar e impor limites aos filhos, o que se reflete na hora de escolher a escola", diz a psicopedagoga Silvia Amaral de Mello Pinto, coordenadora da Elipse Clínica Multidisciplinar.
Em linhas gerais, o trabalho do consultor começa com uma reunião com a família para traçar o perfil dos pais e da criança. "Procuramos detectar quais são os valores do casal e chegar a um denominador comum entre eles [o pai e a mãe], porque muitos têm divergências entre si", diz Silvia.
Em seguida, são listados os critérios considerados essenciais pelo casal e outros fatores em ordem de importância. A terceira etapa consiste em visitas às escolas previamente selecionadas, com ou sem o acompanhamento da família.
"Em cada escola, preencho uma ficha na qual avalio desde o tipo de piso e de brinquedos até a higiene e o cardápio oferecido", diz a psicóloga e pedagoga Cristiana Teixeira, especializada em educação infantil. No último encontro, os pais vão para casa com os nomes de algumas escolas que se encaixam no perfil dos filhos para chegarem a uma conclusão.
Embora sirva de orientação para os pais, a consultoria profissional não oferece soluções mágicas -para Silvia, "é uma parceria na qual a opinião dos pais deve prevalecer".
Segundo ela, uma das falhas que os pais costumam cometer é basear os seus critérios nas experiências vividas durante a sua infância. "O mais importante é que eles façam a escolha baseados no que eles são agora e em como seus filhos realmente são", afirma Silvia.
O arquiteto Arthur Casas buscou ajuda especializada antes de escolher o colégio da filha Nina, 4, mas ficou decepcionado com o resultado. "Não adiantou nada. A psicóloga fez uma indicação que não combinava. A escola nem era bilíngüe, como eu queria", conta.


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