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Sem tempo, pais recorrem à ajuda de consultores, que avaliam até cardápio
Psicólogos e pedagogos traçam perfil da criança para listar opções de colégios
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Falta de tempo e de segurança para tomarem sozinhos uma
decisão que consideram determinante na formação dos filhos
estão fazendo com que pais
procurem ajuda profissional
para escolher a escola. Psicólogos e pedagogos têm se especializado em dar consultoria nessas situações.
"A procura por esse serviço
aumentou com a quantidade e
a diversidade de escolas e também com a insegurança dos
pais sobre como educar. Muitos chegam aqui sem saber como orientar e impor limites aos
filhos, o que se reflete na hora
de escolher a escola", diz a psicopedagoga Silvia Amaral de
Mello Pinto, coordenadora da
Elipse Clínica Multidisciplinar.
Em linhas gerais, o trabalho
do consultor começa com uma
reunião com a família para traçar o perfil dos pais e da criança. "Procuramos detectar quais
são os valores do casal e chegar
a um denominador comum entre eles [o pai e a mãe], porque
muitos têm divergências entre
si", diz Silvia.
Em seguida, são listados os
critérios considerados essenciais pelo casal e outros fatores
em ordem de importância. A
terceira etapa consiste em visitas às escolas previamente selecionadas, com ou sem o acompanhamento da família.
"Em cada escola, preencho
uma ficha na qual avalio desde
o tipo de piso e de brinquedos
até a higiene e o cardápio oferecido", diz a psicóloga e pedagoga Cristiana Teixeira, especializada em educação infantil. No
último encontro, os pais vão
para casa com os nomes de algumas escolas que se encaixam
no perfil dos filhos para chegarem a uma conclusão.
Embora sirva de orientação
para os pais, a consultoria profissional não oferece soluções
mágicas -para Silvia, "é uma
parceria na qual a opinião dos
pais deve prevalecer".
Segundo ela, uma das falhas
que os pais costumam cometer
é basear os seus critérios nas
experiências vividas durante a
sua infância. "O mais importante é que eles façam a escolha
baseados no que eles são agora
e em como seus filhos realmente são", afirma Silvia.
O arquiteto Arthur Casas
buscou ajuda especializada antes de escolher o colégio da filha Nina, 4, mas ficou decepcionado com o resultado. "Não
adiantou nada. A psicóloga fez
uma indicação que não combinava. A escola nem era bilíngüe,
como eu queria", conta.
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