São Paulo, segunda-feira, 28 de setembro de 2009

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Analfabetismo cresce no DF, em SP e mais 10 Estados

Com 8%, DF registrou a maior taxa de aumento em 2008; São Paulo teve 3%

Empenho na erradicação do analfabetismo se mostrou heterogêneo no país; para secretário, faltou eficiência ao programa federal


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O combate ao analfabetismo foi bastante desigual no Brasil. E o percentual de jovens e adultos que não sabem ler nem escrever aumentou em 2008 no Distrito Federal e em mais 11 Estados -entre eles São Paulo-, mostra o detalhamento dos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tabulados pelo Ministério da Educação.
Embora tenha a segunda menor taxa de analfabetismo do país, o Distrito Federal registrou o maior aumento percentual (8%), número que surpreendeu o governo local.
Sinval Lucas de Souza Filho, gerente do projeto de erradicação do analfabetismo do DF, disse ter dificuldade de localizar os jovens e adultos que não sabem ler, mesmo nos bolsões de pobreza da capital do país. "Visito, faço mutirões, mas tenho dificuldade de localizar os analfabetos", contou.
A principal hipótese para o aumento da taxa no DF são as levas de migrantes que chegam à capital em busca de emprego. "É claro que só iríamos erradicar totalmente o analfabetismo aqui se construíssemos uma cerca elétrica em torno do DF", afirmou, insistindo em que não esperava o resultado da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio).
O governo de São Paulo avalia que a resistência na queda do analfabetismo reflete falhas no programa federal. "Há problemas de eficiência", disse o secretário de Educação do Estado, Paulo Renato Souza.
Segundo o IBGE, a taxa de São Paulo aumentou 3% entre 2007 e 2008. O Estado tem a quinta menor taxa de analfabetismo do país (4,74%), embora reúna o segundo maior número absoluto de analfabetos: 1,5 milhão de pessoas com 15 anos ou mais não sabem ler nem escrever em São Paulo.
Paulo Renato alega que a responsabilidade pelo combate ao analfabetismo é do governo federal, embora o governo do Estado não tenha aderido ao Brasil Alfabetizado e mantenha programas com esse objetivo.
A Bahia é o Estado que reúne o maior número de jovens e adultos analfabetos (1,8 milhão de pessoas). Em proporção da população dos Estados, o ranking do analfabetismo é liderado por Alagoas, Piauí e Paraíba, todos com mais de 20% da população acima de 15 anos analfabeta. (MARTA SALOMON)


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