São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

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Cine Belas Artes não poderá ser tombado

Dono é quem decide o que fazer com imóvel

VANESSA CORREA

DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo decidiu que o Cine Belas Artes não será tombado.
Com a decisão, tomada ontem, nada impede agora que o espaço seja demolido ou transformado em uma loja.
O tombamento nem chegou a ir para votação e foi retirado definitivamente da pauta do Conpresp (órgão do patrimônio histórico), após ter sido considerado inconstitucional pela Procuradoria-Geral do Município.
Segundo a avaliação da procuradoria, o tombamento se limita à preservação das características arquitetônicas do imóvel.
Ainda de acordo com a procuradoria, caso se deseje preservar o uso, o instrumento indicado é a desapropriação, não o tombamento. A prefeitura já declarou que não tem interesse no local.
O cinema, que funcionava desde 1943 na esquina da avenida Paulista com a avenida Consolação (primeiro como cine Trianon), foi fechado em março deste ano após ter havido aumento no valor do aluguel do imóvel, o que teria tornado a atividade inviável.
André Sturm, que era o proprietário do cinema e hoje dirige o MIS (Museu da Imagem e do Som), lamentou a decisão.
"É a vitória da especulação, do que tem de pior no capitalismo contra a memória, a fantasia, a qualidade de vida", declarou.
Segundo ele, o Conpresp teve a chance de ter "feito história com uma compreensão contemporânea sobre preservação, que marcaria a história da cidade".
Beto Pereira, do MBA (Movimento pelo Cine Belas Artes), diz que se surpreendeu pela decisão ter ocorrido ontem, porque na pauta da reunião do Conpresp, publicada no "Diário Oficial" do município na semana passada, a análise do tombamento do cinema não foi citada.


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