São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

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Bandidos rendem clientes e fazem arrastão no Pirajá

Criminosos levam celulares de frequentadores de bar em Pinheiros

Proprietários e clientes optaram por não registrar a ocorrência na polícia; assaltantes conseguiram fugir

VANESSA CORREA

DE SÃO PAULO

O Pirajá, bar da avenida Faria Lima autointitulado a "esquina carioca" da cidade de São Paulo, sofreu um arrastão na última quinta-feira, por volta das 21h.
Dois homens armados invadiram o local e levaram o dinheiro do caixa, cerca de R$ 300, segundo os proprietários. Também roubaram os clientes do estabelecimento.
"Quietinhas, quietinhas, eu só quero os celulares". É o que um dos ladrões disse, segundo V., publicitária, que preferiu não se identificar.
Ela conta que estava com outras três amigas em uma mesa na calçada do bar. Todas tiveram os aparelhos levados, a maioria iPhones.
Segundo sua colega, G., o homem, que aparentava ter por volta de 35 anos, levantou a blusa e mostrou um revólver. Depois de roubá-las, levou os celulares dos clientes da mesa ao lado, na calçada do bar.
Outro homem, uns 20 anos mais velho, segundo elas, parecia impedir a ação dos seguranças dentro do bar.
Próximo ao Pirajá, na região de Pinheiros (zona oeste de SP), ao menos outros dois estabelecimentos sofreram arrastão neste ano. O restaurante Empório Alto dos Pinheiros, em julho, e o restaurante Nicota, dois dias seguidos, em junho.
A Folha apurou que ocorreram ao menos 20 casos na cidade só neste ano. Anteontem, a reportagem esteve no Pirajá. Embora funcionários e donos de lojas ao redor do comércio local descrevessem com detalhes a ação, os funcionários do bar diziam que não sabiam de nada.
No 14º DP (Pinheiros), que atende a região, também não havia registro de nenhum crime recente naquele bar.
Apesar de ter sido roubada, V. disse que preferiu registrar o roubo do celular como furto, para conseguir fazer o boletim de ocorrência on-line. "Não queria passar a noite na delegacia", afirma.
Se declarasse que foi roubo, com uso de arma, o boletim eletrônico não seria aceito, como aconteceu com a amiga, G., que recebeu um e-mail dizendo que deveria entrar em contato com a delegacia. É que roubos devem ser registrados nos DPs.
O Pirajá pertence à Companhia Tradicional de Comércio, também dona de estabelecimentos como a pizzaria Casa Bráz e o bar Astor.

ASSALTO
Contatada pela Folha, a empresa primeiro informou que "um garoto sozinho entrou no bar, foi direto ao caixa e levou uma pequena quantia em dinheiro. Ao sair, pegou um celular de cima de uma das mesas. Nenhum cliente percebeu a ação".
Depois, ao ser questionado novamente pela reportagem, o bar confirmou o crime, mas disse que não configurou arrastão e que não considerou necessário fazer um boletim de ocorrência.


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