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SEGURANÇA
Interior é o principal responsável pelo aumento do crime; foram 11 casos no 3º trimestre, segundo o governo
Seqüestros crescem em SP; homicídios caem
VICTOR RAMOS
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
As estatísticas criminais do terceiro trimestre deste ano trazem
um motivo de preocupação e outro de alívio para a população
paulista em relação aos crimes
violentos. O seqüestro cresce,
principalmente no interior do Estado. Os homicídios dolosos (com
intenção), por sua vez, confirmam tendência de queda.
Segundo dados de julho a setembro de 2005, divulgados ontem pela Secretaria da Segurança
Pública, ocorreram 35 seqüestros
-com cativeiro e pedido de resgate à família da vítima- no Estado. Foram sete a mais do que no
mesmo período do ano passado.
Na capital paulista, a tendência
é de queda: ocorreram 16 seqüestros entre julho e setembro, seis a
menos do que no terceiro trimestre de 2004. Mas é no restante do
Estado que os registros crescem.
Na Grande São Paulo, ocorreram oito casos, contra três no
mesmo período de 2004. No interior, onde o aumento é mais acentuado, foram 11 seqüestros contra
três, levando em consideração o
terceiro trimestre dos dois anos.
A tendência de aumento de registros, principalmente no interior, é verificada desde o começo
do ano. De janeiro a setembro, foram 29 seqüestros no interior,
contra 16 no mesmo período do
ano passado. Na comparação desses mesmos períodos, o Estado
registrou neste ano 91 casos contra 83, Grande São Paulo teve 15
ocorrências contra dez, e a capital
paulista 47 casos contra 57.
O crescimento em 2005 alterou
a tendência de registros desse tipo
de crime. O seqüestro apresentou
queda no terceiro e quarto trimestres de 2004 -especialistas defendem a comparação com mesmos períodos do ano anterior por
causa da sazonalidade, ou seja, o
número de registros por crime varia conforme o período do ano.
Em maio deste ano, quando os
números do interior já preocupavam, a polícia realizou uma reunião emergencial na DAS (Divisão Anti-Seqüestro). Foram convocados delegados de todo o Estado que investigam seqüestros, homicídios e roubos de carga. Isso
porque quadrilhas estariam migrando para o seqüestro.
A região de Campinas foi apontada como a mais problemática.
Na época, o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro
Abreu Filho, disse que a reorganização de antigas quadrilhas de seqüestradores no interior explicariam as estatísticas.
Ontem, porém, o secretário negou tendência de aumento. Segundo ele, a variação está dentro
de uma "faixa aceitável" e que,
"como se trabalha com número
pequeno, qualquer aumento no
número de seqüestros representa
uma variação percentual grande".
Homicídios
Também segundo estatísticas
do terceiro trimestre, os homicídios dolosos registraram queda
de 26% no Estado. Foram 1.653
casos contra 2.243 no mesmo período de 2004. A maior redução
ocorreu na capital: 584 mortes,
28,52% a menos. No segundo trimestre deste ano, o Estado já
apresentava queda de 23% no número de homicídios.
Dados do relatório "Vidas Poupadas", realizado pela Unesco e
pelo governo federal, mostram
que o número de mortes violentas
está em tendência de queda no
país. Segundo o documento, foram 36.119 mortes por arma de fogo no país em 2004, 8,2% a menos
do que no ano anterior.
Para Abreu, a redução em São
Paulo também está relacionada
aos gastos do Estado com segurança. Mas ele reconhece que o
Estatuto do Desarmamento contribuiu para a redução.
Patrimônio
Entre os crimes patrimoniais, as
estatísticas revelam aumento no
casos de furto de veículo e de roubos em geral. De julho a setembro, foram 29.675 furtos de carros
no Estado, 3,64% a mais do que
em 2004. A Grande São Paulo foi a
região mais problemática, com
aumento de 8,34%.
Na capital, o aumento nos furtos de veículos foi de 4,36%. No
interior, o número de registros
praticamente não se alterou: passou de 9.748 para 9.756.
Na estatística de roubos em geral -excluindo o roubo de veículo- , o Estado registrou crescimento de 2,61% (58.055 roubos),
e o interior, 5,49%. Na Grande São
Paulo, o crescimento foi de 2,25%,
e na capital, 1%.
"A faixa etária de quem comete
o roubo vai de 16 a 23 anos e corresponde a 85% da massa carcerária. É a faixa de querer ter as coisas. Nós só podemos prender o ladrão e mostrar que o crime não
compensa", disse o secretário.
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