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PMs são deslocados para evitar confronto com policiais civis
Homens que fazem policiamento ostensivo foram retirados da região central pelo comando da PM durante manifestação
Grevistas, alguns deles armados, agrediram um motoboy e uma equipe
da TV Globo; foi o maior ato da categoria no Estado
DA REPORTAGEM LOCAL
O comando da Polícia Militar
retirou seus homens que fazem
o policiamento ostensivo na região central, ontem à tarde, durante a manifestação de entidades ligadas à Polícia Civil. Segundo a Segurança Pública, a
medida foi tomada para evitar
um novo confronto entre policiais civis em greve e PMs.
O protesto, o maior realizado
pela categoria, reuniu mais de
5.000 pessoas, segundo os grevistas, ou cerca de 3.000, conforme a CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego).
Os manifestantes foram
aplaudidos por parte da população em uma caminhada pelo
centro. Mas houve também
momentos tensos. Os policiais
chegaram a agredir um motoboy e uma equipe da TV Globo.
"Não fiz nada. Tentei atravessar e o cara já chegou batendo. Isso é falta de respeito. Por
que ele me bateu?", disse, chorando, o motoboy Jairo Ribeiro
dos Santos, 22. Ele foi agredido
porque tentou passar, empurrando sua moto, perto dos manifestantes que bloqueavam o
acesso ao viaduto do Chá.
Além do policiamento motorizado, a PM retirou seus policiais de pelo menos cinco pontos fixos entre a praça da Sé, onde começou o protesto, e a Delegacia Geral, em Santa Ifigênia, fim da caminhada. O ato
durou quatro horas e até a Secretaria de Segurança Pública,
na rua Líbero Badaró, ficou
com as portas trancadas.
O governo também retirou a
escolta oficial dos grevistas, feita em atos anteriores pelos grupos de elite da Polícia Civil
(GOE e Garra). Isso porque, no
protesto do dia 16, alguns policiais passaram para o lado dos
manifestantes e participaram
do confronto com a PM.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a decisão de
retirar os PMs da rota dos manifestantes buscou evitar "atos
de provocação". Essa decisão
foi tomada, segundo a pasta,
pelo coronel Álvaro Camilo, comandante do policiamento da
região central.
A secretaria informou que a
PM deixou seus pontos só durante a manifestação e que ela
permaneceu de prontidão.
Os policiais civis estão em
greve desde 16 de setembro, em
campanha salarial, e dizem que
só vão suspendê-la após nova
proposta do Estado. O governo
ofereceu aos policiais um reajuste de 6,5% em 2009 e outro
no ano seguinte. Também ofereceu alguns benefícios, como
aposentadoria especial.
As entidades, segundo a Folha apurou, estudam fazer novo ato perto do Palácio dos
Bandeirantes. A secretaria informou que todos os protestos
são acompanhados "atentamente" pela Corregedoria da
Polícia Civil e que o entorno do
Palácio é área de restrição.
(ROGÉRIO PAGNAN, LUIS KAWAGUTI, RICARDO SANGIOVANNI e EVANDRO SPINELLI)
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