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Ouvidor das polícias critica tiro de PMs contra carro com refém em SP
Para Funari Filho, decisão oferece risco à vítima; ouvidoria pedirá análise do caso
DA REPORTAGEM LOCAL
O ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Antonio Funari Filho, criticou a ação de
PMs que atiraram contra um
grupo armado que mantinha
refém o empresário Isaac
Duek, um dos sócios da grife
Forum, levado pelos criminosos após assalto nos Jardins, no
último sábado.
Com o cerco policial, os criminosos partiram em um carro
BMW blindado do empresário,
levando-o como refém. A polícia atirou contra o veículo, mas
ninguém se feriu devido à blindagem. Só um pneu foi furado.
"A recomendação é não atirar no carro que tenha refém. A
ouvidoria vai encaminhar um
expediente para que seja analisado o comportamento da PM.
A polícia estava lá para salvar e
não [para] arriscar", afirmou
Funari Filho.
O coronel reformado, José
Vicente da Silva Filho, que foi
Secretário Nacional de Segurança Pública no governo de
Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), também diz ter estranhado a reação dos policiais.
"Isso está fora dos padrões da
PM. Não se troca tiros com
bandidos só porque eles estão
atirando. Se bandido atira, o
melhor é deixar fugir, sobretudo quando pode atingir inocentes", disse Silva Filho.
Procurada pela reportagem,
a Secretaria da Segurança Pública não se pronunciou sobre o
caso e disse que compete ao Comando da Polícia Militar responder sobre a ação. A corporação, por sua vez, informou em
nota que "só irá se manifestar
após a apuração do caso".
Para o ouvidor, é difícil que
haja o enquadramento penal
dos policias envolvidos. "Mas
pode ter um enquadramento
administrativo", diz.
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