São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

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Escolas criam lista para consultar nome de alunos devedores

Cadastro permite que colégios verifiquem se estudante já teve problema com pagamento ou com cheque sem fundo

Entidade afirma que índice de devedores na cidade é de 11,43%; órgão de defesa do consumidor diz que pais podem acionar a Justiça

DO "AGORA"

Quem tem filho matriculado em escola particular ou é universitário e, por algum período, ficou devendo à instituição poderá entrar para uma lista de devedores. O Cineb (Cadastro de Informações dos Estudantes Brasileiros), disponível há duas semanas, poderá ser acessado por escolas de todo o país.
Caso o estabelecimento de ensino consulte o histórico do aluno interessado em se matricular e veja que já houve algum problema de pagamento, como a emissão de um cheque sem fundo, pode negar o ingresso.
"As escolas sofrem muito com a inadimplência. Temos de nos precaver de alguma forma. Sabendo dos problemas do aluno, a escola poderá avaliar se o aceita ou não", disse o presidente da Confenen (Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino), Roberto Dornas. Se o estudante já está matriculado e ficou inadimplente no ano letivo, a escola não poderá mandá-lo embora.
Em São Paulo, onde a inadimplência é de 9,15%, as escolas já consultam o SCPC (serviço de proteção ao crédito). "Podemos negar o ingresso [do aluno]. Mas, se o responsável encontrar outra pessoa para assinar o contrato, não podemos negar", diz o presidente da Fenep (federação das escolas), José Augusto Lourenço.
Segundo a federação das escolas, a taxa de inadimplência nos últimos 12 meses na cidade subiu de 9,78% para 11,43%.
O consumidor que tiver o nome incluído no cadastro e tiver a matrícula negada por outra instituição poderá entrar Justiça. A orientação é da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), que considera a prática abusiva. "A inadimplência é um problema para as instituições, mas não é assim que será resolvido", disse a coordenadora da associação, Maria Inês Dolci, colunista da Folha.
O presidente da Confenen, Roberto Dornas, diz não haver motivos para a lista ser contestada, já que existem outros serviços de proteção ao crédito.


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