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Escolas criam lista para consultar nome de alunos devedores
Cadastro permite que colégios verifiquem se estudante já teve problema com pagamento ou com cheque sem fundo
Entidade afirma que índice
de devedores na cidade é de
11,43%; órgão de defesa do
consumidor diz que pais
podem acionar a Justiça
DO "AGORA"
Quem tem filho matriculado
em escola particular ou é universitário e, por algum período,
ficou devendo à instituição poderá entrar para uma lista de
devedores. O Cineb (Cadastro
de Informações dos Estudantes
Brasileiros), disponível há duas
semanas, poderá ser acessado
por escolas de todo o país.
Caso o estabelecimento de
ensino consulte o histórico do
aluno interessado em se matricular e veja que já houve algum
problema de pagamento, como
a emissão de um cheque sem
fundo, pode negar o ingresso.
"As escolas sofrem muito
com a inadimplência. Temos de
nos precaver de alguma forma.
Sabendo dos problemas do aluno, a escola poderá avaliar se o
aceita ou não", disse o presidente da Confenen (Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino), Roberto
Dornas. Se o estudante já está
matriculado e ficou inadimplente no ano letivo, a escola
não poderá mandá-lo embora.
Em São Paulo, onde a inadimplência é de 9,15%, as escolas já consultam o SCPC (serviço de proteção ao crédito). "Podemos negar o ingresso [do aluno]. Mas, se o responsável encontrar outra pessoa para assinar o contrato, não podemos
negar", diz o presidente da Fenep (federação das escolas), José Augusto Lourenço.
Segundo a federação das escolas, a taxa de inadimplência
nos últimos 12 meses na cidade
subiu de 9,78% para 11,43%.
O consumidor que tiver o nome incluído no cadastro e tiver
a matrícula negada por outra
instituição poderá entrar Justiça. A orientação é da Pro Teste
(Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), que considera a prática abusiva. "A inadimplência é um problema para as instituições, mas não é assim que será resolvido", disse a
coordenadora da associação,
Maria Inês Dolci, colunista da
Folha.
O presidente da Confenen,
Roberto Dornas, diz não haver
motivos para a lista ser contestada, já que existem outros serviços de proteção ao crédito.
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