São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2011

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Ministério Público pede anulação do Enem

Para procurador, realização de novas provas apenas para estudantes de colégio de Fortaleza 'não corrige problema'

Pais e alunos afirmam que estudantes de outras escolas da cidade também tiveram acesso às questões do exame

FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A FORTALEZA

O Ministério Público Federal no Ceará pediu à Justiça a anulação total ou parcial das provas do Enem deste ano. Na ação, o procurador Oscar Costa Filho pede também que a determinação do Ministério da Educação -para a realização de novas provas para os 639 alunos do Colégio Christus que tiveram acesso antecipado a questões do exame- seja anulada.
Para o procurador, a decisão do ministério "não corrige" o problema e trata de forma desigual participantes de um concurso nacional. "Os estudantes [do Christus] não têm nada com isso e estão sendo tratados como cúmplices", afirmou.
Para o ministro da Educação Fernando Haddad, é possível reaplicar o Enem para um grupo de pessoas que tenha sido prejudicado ou se beneficiado por alguma falha.
O procurador defende que as 14 questões usadas no simulado da escola que constaram do Enem dias depois sejam anuladas para todos os 4 milhões de estudantes que participaram do exame. O Enem teve 180 questões.

'BULLYING'
Pais e alunos do colégio Christus, em Fortaleza, afirmam que as questões do Enem também vazaram para estudantes de outras escolas. "Todos [estudantes] trocam informações, independentemente da escola", diz a advogada Iris Gadelha, mãe de uma aluna do Christus. A advogada e um grupo de pais reuniram-se com representantes da escola e pediram acompanhamento psicológico para os filhos, que, segundo ela, estão "desmotivados" e sendo alvo de "bullying".
"São taxados de patricinhas e mauricinhos", afirma. A presença da imprensa em frente à escola incomodou pais e alunos. Ontem, houve confusão na saída do turno da manhã, quando duas alunas e uma mãe tentaram tomar a câmera de um fotógrafo.
Nenhum estudante ouvido pela Folha responsabiliza a escola pelo problema.

Colaboraram LUIZA BANDEIRA e FELIPE LUCHETE


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