São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2011

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Flagrante de maconha vira confronto na USP

Alunos tentaram impedir que três estudantes fossem levados para delegacia; polícia usou bombas e cassetetes

Foi o 1º problema entre policiais e universitários desde que a PM passou a fazer a segurança do campus

Luiza Sigulem/Folhapress
Estudante entra em confronto com a PM na USP para impedir detenção de alunos

AFONSO BENITES
GIBA BERGAMIM JR.

DE SÃO PAULO

Um grupo de alunos tentou impedir que PMs detivessem três estudantes que fumavam maconha na USP na noite de ontem. Houve confronto. Policiais militares chegaram a usar bombas de efeito moral.
Um PM que fazia ronda na região encontrou os três fumando maconha em um carro. Ele os abordou e, quando iria levá-los para a delegacia, foi barrado por dezenas de estudantes. Segundo a polícia, os três tinham concordado em ir para a delegacia. O confronto ocorreu quando cerca de 300 universitários e funcionários da universidade faziam um protesto em frente a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), na Cidade Universitária, na zona oeste, a fim de "blindar" os estudantes que foram flagrados com a droga.
Segundo Diana Assunção, do sindicato dos trabalhadores da USP, a repressão foi violenta, com cassetetes, gás pimenta e bombas de efeito moral. Ela disse que alguns alunos se feriram.
A PM afirma que conteve a manifestação sem violência. A corporação diz que só houve confronto porque os estudantes atacaram um carro em que estava um delegado. Segundo a PM, três policiais ficaram feridos e cinco carros da corporação foram danificados. Também de acordo com a PM, profissionais da imprensa foram agredidos.
Após negociação, os três jovens pegos com a maconha foram levados para a delegacia. Eles assinariam um termo circunstanciado e foram liberados na madrugada de hoje. Os manifestantes ocuparam o prédio da diretoria da FFLCH. O protesto continuava até a conclusão desta edição.
Esse foi o primeiro problema envolvendo policiais e universitários desde que a PM passou a fazer a segurança do campus, há 50 dias. As rondas diárias começaram após convênio entre a corporação e a USP para tentar reduzir a criminalidade no local. Em maio, Felipe Ramos de Paiva, 24, morreu vítima de um tiro numa tentativa de roubo. Parte da comunidade acadêmica é contra a presença da PM na USP. "Os alunos em geral estão irritados com as abordagens dos policiais", afirmou um estudante de letras.
"Por causa dessa confusão dos PMs algumas aulas foram suspensas hoje [ontem]", disse Marcello Pablito, membro da diretoria do Sintusp.
O reitor João Grandino Rodas não se manifestou. Segundo sua assessoria, a ocorrência era um caso policial e, por isso, a USP não se pronunciaria.


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