|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Grupo recupera com R$200 mensais
da Reportagem Local
"Condenar é fácil. Manda entrar e manda sair. Mas o cara vai
voltar para rua e fazer o quê? Vai
meter BO, porque precisa de dinheiro e não consegue nada."
Foi para romper o ciclo vicioso
descrito por Júnior que um grupo de voluntários resolveu iniciar uma ação pós-Febem.
Foi assim que, há dez anos,
surgiu o Jeame. Hoje, a entidade
visita as unidades da Febem,
conversa com os meninos e oferece uma chance a alguns: consegue retirá-los da fundação, interná-los em clínicas de recuperação, oferecer casa, alimentação,
cursos e muitas vezes emprego.
Cada menino custa ao Jeame
R$ 200 por mês, incluindo aluguel, alimentação e transporte
para os cursos. É quase um décimo do que o Estado gasta para
manter um menor internado, só
comendo e sendo vigiado.
"Trabalhamos com a auto-estima", diz Fernando Holanda, 38,
um ex-assaltante com sete passagens e dez anos de condenação.
Holanda quer fazer o que fizeram com ele. Quando estava preso em Minas Gerais, uma voluntária o ajudou. Deu certo. "A minha auto-imagem era destruída.
Era a identidade de um ladrão.
Mas ela me emprestou valor."
Desde que a instituição foi fundada, cerca de 350 menores já
passaram por ela. As estatísticas
do Jeame apontam que 250 vivem hoje longe do crime (71%).
O Jeame só funciona graças à
rede informal de voluntários.
São pessoas como o empresário
francês Jean-Marie Jankovski,
51, que emprega em sua importadora I., 23, duas passagens por
latrocínio. "Ele começou como
"gerente técnico'", brinca Jean,
explicando que o rapaz, um ano
atrás, consertava encanamentos
da firma. Hoje, I. comanda os
vendedores da empresa de Jean e
faz faculdade de administração
de empresas. Tem as senhas e os
cartões bancários do patrão.
(SC)
Jeame: 0xx11-223.3072
Texto Anterior: Monitor será selecionado, diz governo Próximo Texto: Exames constatam agressões na Febem Índice
|